Jair Bolsonaro (sem partido) transmitiu um vídeo ao vivo neste sábado (10), em sua conta na rede social Facebook. O presidente da República mostrou aos seguidores ama visita que fez a moradores do bairro Morro da Cruz, em São Sebastião, no Distrito Federal.
Conversa com venezuelanas
O Brasil registrou nesta semana mais de 4 mil mortes diárias em virtude da crise do novo coronavírus.
Tentando evitar a disseminação da Covid-19 e o colapso do sistema de saúde, prefeitos e governadores adotaram medidas de restrições do funcionamento do comércio e circulação de pessoas, mas Bolsonaro é contra, pois acredita que o lockdown irá quebrar a economia.
No início da transmissão, o presidente conversou com algumas venezuelanas, fazendo uma analogia com o sistema político do país sul-americano. “Eu tô aqui no Morro da Cruz, que é uma comunidade aqui de Brasília. Entrei aqui numa casa onde existem algumas venezuelanas. Então conversei um pouco com elas e elas tão relatando aqui por que vieram para o Brasil", comentou.
O presidente falou sobre o que ocorre na Venezuela. "Lá não tem mais comida, não tem mais nada lá. Não tem liberdade. Eles entraram no Brasil, todos vocês [venezuelanas] gostariam de estar na Venezuela. Tem saudades, deixaram amigos, deixaram família, porque o regime lá foi um regime que aos poucos foram tirando a liberdade de vocês [da Venezuela]", relatou.
Em meio à narrativa, o presidente disparou contra os governos do PT. "Todos mundo sabe que o Lula fez propaganda pra Hugo Chavez lá na Venezuela, a Dilma também fez. Lula sempre defendeu que o regime da Venezuela é muito bom e tão vendo o que tá acontecendo aqui. Vendo aqui muitas mulheres venezuelanas que tão sobrevivendo", disse.
Mais críticas ao fechamento do comércio
Em quase todas as suas últimas aparições, Bolsonaro faz fortes ressalvas a política do lockdown, dizendo que ela irá quebrar o país. "Vi uma senhora falando sobre pequeno empreendedor. Quem fechou o comércio e obrigou o povo a ficar em casa não foi eu. Eu tenho poder pra numa canetada fazer lockdown no Brasil todo. Isso não será feito. E o nosso exército não vai pra rua pra obrigar o povo a ficar em casa. Fiquem tranquilos", disse Bolsonaro.
Logo depois, o presidente criticou os governadores. "Quem tá fazendo isso tudo são governadores e alguns prefeitos. Eu acho que chegou no limite e essa política não tá dando certo. E a gente espera que essas pessoas, em especial governadores, e não são todos, tenha a consciência de que abrir o comércio com as devidas medidas de saúde pra que voltem a trabalhar", contou.
Na oportunidade, o presidente comentou o alto índice de desemprego. "Aqui mesmo deve ter muita gente desempregada. Todo mundo desempregado aqui. Conta pra pagar, aluguel e comida. As dificuldades são muitas aqui', argumentou.
Finalizando o bate-papo na localidade, o presidente seguiu sua argumentação contra a política de restrição da circulação de pessoas. "Dois ensinamentos: a política do fique em casa e fecha o comércio está errada! O povo tem que trabalhar. E a questão de alguns tão vindo aqui contra mim, né!? Acha que tem que fechar. Tem que manter o cara em casa. Quem abre mão de parte da sua liberdade em troca de segurança vai ficar no futuro sem liberdade e sem segurança. Sem os dois. (...) Eu sinto por parte de alguns do Brasil, é que estão empobrecendo a população para melhor dominá-la", disse.