A publicitária Danielle Cunha, filha do ex-deputado federal Eduardo Cunha, participou nesta segunda-feira (26) do programa "Pânico", da rádio Jovem Pan, de São Paulo.
Lançamento de livro sobre o impeachment de 2016
Repercutiu nas últimas semanas o lançamento do livro de autoria da filha do político "Tchau, Querida: o diário do impeachment". A obra de mais de oitocentas páginas conta os bastidores da queda de Dilma Rousseff do cargo de presidente da República, quando o pai dela era presidente da Câmara do Deputados e foi um dos maiores articuladores do processo.
Eduardo Cunha foi preso, em 2016, condenado a quinze anos de prisão pelo crime de Corrupção. Além disso perdeu o mandato.
Ela tentou trilhar o caminho da pai na política se candidatando em 2018, pelo MDB, ao cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro, porém, não obteve sucesso na empreitada, conquistando apenas 13 mil votos. O deputado eleito no estado fluminense com menos votos alcançou 24 mil votos. Em 2014, concorrendo ao mesmo cargo, o pai dela teve 232 mil votos.
De acordo com Danielle, a ideia de escrever o livro partiu de Eduardo Cunha. "A ideia do 'Tchau, Querida' já vem desde que acontece o processo impeachment em si, com o objetivo de trazer esse relato da história. Então a ideia foi dele.
No momento em que ele acaba de passar pelo processo de cassação, e passaram os anos, e no momento em que a gente conseguiu viabilizar, a gente acabou escrevendo e trazendo à tona esse relato. Mas a ideia veio dele, claro, pessoa responsável por todo esse processo e também a grande mente por trás disso. Eu tenho mais o papel num trabalho de apoio e assistência do que ter tido a ideia propriamente dita", explicou.
Michel Temer
Indagada sobre o papel do ex-presidente, Danielle afirmou que ele teve papel importante na queda de Dilma Rousseff. "Ele foi uma pessoa ativa nas articulações do processo. O capítulo 35 do livro detalha bastante esse papel do ex-presidente Michel Temer na articulação do processo de impeachment, mas mais do que isso, isso não tá só no livro.
Isso a mídia mostrou muito à época. Então ele ter esse papel omisso, quase como quem diz 'ah o impeachment caiu no meu colo e eu virei presidente da República por acaso', não é bem assim que funcionou. Então ele foi uma pessoa muito ativa, muito articuladora, dentro do processo e o maior beneficiado e um dos responsáveis pelo êxito do processo", disse.
Outro nome citado na conversa foi o do ex-juiz Sergio Moro, que trabalhou na Operação Lava Jato que resultou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de Eduardo Cunha. De acordo com Danielle, o juiz também foi parcial no julgamento do pai dela.