O MPF (Ministério Público Federal) denunciu à 3ª Justiça Federal de Brasília por improbidade administrativa o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que atuou durante o Governo do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O ex-ministro vai responder por supostamente ferir valores morais, profissionais e éticos que regem as instituições públicas. Caso o ex-ministro seja processado e condenado, ele pode ter ses direitos poíticos suspensos e pagar multas.

No documento apresentado pelo MPF é citado como parte da denúncia as falas ditas por Weintraub contra universidades públicas brasileiras quando ainda ocupava o cargo no Ministério da Educação.

O MPF entendeu que as narrativas expressas pelo ex-ministro foram usadas apenas de má-fé para descredibilizar o trabalho oferecido pelas instituições e acrescentou que são todas falsas.

Dentre as falas ditas pelo ex-ministro está a de que as universidades cultivam grandes plantações de cannabis com o uso de agrotóxicos. Além disso, o MPF alega que Weintraub repetiu a fala em sessões parlamentares, mesmo sendo avisado de que não seria verdade e que ele estaria distorcendo os fatos, pois não havia relatos sobre as plantações de maconha em universidades.

Weintraub não apresentou provas concretas

O MPF afirmou que ao interrogar o ex-ministro e pedir para que ele provasse o que estava dizendo, o MPF alegou que recebeu algumas cópias de reportagens que mostram casos de 2 alunos que tinham pés de maconha cultivados em suas casas e outra sobre tráfico próximo as instituições citadas.

O MPF afirmou que todos os casos foram investigados pela Justiça e ressaltou que a situação não era como Weintraub havia dito e que o mesmo fez suposições com base nestes casos isolados.

O MPF disse ainda no processo que a imagem das instituições de ensino, sobretudo das universidades devem ser bem representadas, pois as mesmas precisam demonstrar confiança para receberem propostas de outros países no que se diz a objetos de pesquisas e intercâmbio.

A Justiça diz também que o ex-ministro não se retratou com as instituições ou apresentou provas que pudessem sustentar o que disse.

Em outro trecho do documento, o MPF reforçou que Weintraub simplesmente voltou a fazer as acusações. Ao exigir que Weintraub seja processado, o MPF alegou que as declarações feitas por um representante do Estado contra instituições públicas degradam a imagem e competência.

Weintraub também gerou polêmica ao dizer durante uma reunião ministerial que os membros do Supremo Tribunal Federal (STF), prefeitos e governadores deveriam ser presos. Após a repercussão, o ex-ministro recebeu uma proposta de trabalho no exterior e acabou saindo do país. A fala foi gravada sem que ele percebesse e divulgada nas redes sociais.