O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por conta de depósitos feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Ao anunciar a decisão, o ministro disse que "a rigor, a notícia da prática criminosa deveria ser dada ou à autoridade policial ou ao Ministério Público Federal".

Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia legislativa do Rio de Janeiro).

No período de 2011 a 2016, a primeira-dama recebeu depósitos em cheque no nome de Queiroz e da esposa dele, Márcia Aguiar, que totalizaram R$ 89 mil.

Em declaração a jornalistas no ano passado, o presidente disse que o dinheiro era direcionado a ele, no entanto, meses antes, Bolsonaro havia ameaçado um jornalista após ter sido questionado sobre o assunto, dizendo que iria agredir o profissional com socos no rosto.

Queiroz chegou a ser detido pela Justiça em junho do ano passado. Na época, a polícia o encontrou na propriedade de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, localizada em Atibaia, no interior de São Paulo.

Abin é suspeita de criar relatórios para ajudar defesa de Flávio

O senador Flávio Bolsonaro enfrenta na Justiça Federal um processo por suspeitas de ter praticado o que se chama de “rachadinhas” quando era deputado no Rio de Janeiro.

O esquema consiste na devolução de parte dos salários dos funcionários que trabalharam na Alerj.

No fim do ano passado, a revista Época divulgou uma matéria denunciando que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia produzido relatórios com a intenção de ajudar os advogados de Flávio no caso das rachadinhas, na tentativa de anular o processo.