O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não entrou em um partido político para disputar as eleições de 2022. A filiação do líder do poder Executivo Federal deverá acontecer caso ele deseje disputar mais um mandato presidencial.
Bolsonaro não conseguiu angariar assinaturas suficientes para a criação de seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil. Das 250 mil assinaturas enviadas, foram recusadas 40 mil, aceitas 79 mil e as demais passam por processo de validação. A organização também tentou utilizar métodos de assinaturas digitais, mas a tática foi negada por não existir uma regulamentação para tal modalidade de votação.
Dessa forma, o presidente da República permanece sem partido e disponível para a criação de alianças para competir na corrida presidencial de 2022, onde as expectativas são de que Jair Bolsonaro e Lula sejam oponentes no segundo turno das eleições gerais. Pesquisas já apontam vitória certeira do petista no segundo turno contra o capitão que procura uma filiação partidária.
Patriota: divergências quanto à filiação de Bolsonaro
Como aceno para o presidente, o partido Patriota ouvirá seus membros sobre a filiação de Jair Bolsonaro e sua família em seu grupo político. De acordo com Gerson Camarotti, comentarista do portal G1, a possibilidade do presidente se filiar ao partido expõe divergência interna entre os membros.
Adilson Barroso, presidente do Patriota e favorável à entrada do presidente, convocou uma convenção onde será discutido com os membros partidários a candidatura presidencial própria e, obviamente, Jair Bolsonaro será o cabeça de chapa.
Os parlamentares Fred Costa e Ovasco Roma, que é vice-presidente do partido, planejam impedir a realização da convenção que discutirá a filiação de Jair Bolsonaro e afirmam que foram pegos de surpresa e que conselhos superiores do partido decidiram que não deveriam lançar uma candidatura própria para a presidência.
Além disso, eles revelaram que Adilson trocou membros do diretório do partido para conseguir que a discussão fosse realizada e para que os membros fossem convocados. "Isso tudo causou espanto e revolta”, afirmou Ovasco.
Sem partido e com popularidade caindo
Jair Bolsonaro ainda permanece sem uma filiação definida e anseia para competir nas eleições de 2022.
O presidente participou de um ato com motoqueiros no Rio de Janeiro, onde os ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello discursou com o líder.
Entretanto, a imagem do político sofre desgaste, sobretudo após Vanessa Barbara, colunista do jornal americano The New York Times, publicar artigo falando sobre a suposta tática arriscada de Bolsonaro de provocar mortes pela pandemia no Brasil para atingir a chamada imunidade de rebanho.
A CPI da Pandemia está interrogando membros e ex-membros do governo federal e neste sábado (29) ocorreram manifestações em diversas cidades do país contra Bolsonaro.