Uma manifestação contrária ao governo de Jair Bolsonaro no Recife, capital de Pernambuco, neste sábado pela manhã, 29, foi reprimida pela Polícia Militar. A Tropa de Choque utilizou bombas de gás, balas de borracha e spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
Os protestos, que foram marcados em diversas cidades pelo país, ocorreram pacificamente e sua divulgação salientava a necessidade de uso de máscaras PFF2, higienização constante das mãos e distanciamento físico. As mobilizações aconteceram em pelo menos 14 capitais, chegando a cerca de 85 cidades.
No Recife, o ato ocorreu na avenida Conde da Boa Vista, região central da cidade, e a ação policial se deu quando os manifestantes se aproximavam da ponte Duarte Coelho. Segundo a Folha de Pernambuco, a PM montou uma barricada no final da Avenida Guararapes, avançando em direção à referida ponte.
Na véspera do evento, a 34ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, vinculada ao Ministério Público de Pernambuco expediu um documento em que recomendava a não realização do evento. A justificativa para a recomendação foram as recentes medidas instauradas pelo estado, em resposta ao aumento de casos de Covid-19 que tem ocorrido em Pernambuco.
De acordo com a página Brasil de Fato, tanto líderes dos movimentos populares à frente da manifestação quanto parlamentares tentaram contato por telefone com o governador do estado, Paulo Câmara (PSB), e com o comando do Batalhão de Choque da PM, mas não foram atendidos.
Luciana Santos (PCdoB), vice-governadora de Pernambuco, por meio de sua página em rede social, declarou que a ação da Polícia Militar não foi autorizada pelo governo e que condena essa atitude.
Nas redes sociais, diversos registros foram compartilhados, dentre eles um vídeo que mostra a vereadora Liana Cirne (PT) sendo recebida com spray de pimenta ao se aproximar de uma viatura.
Há informações de que nove manifestantes chegaram a ser detidos e que a confusão se iniciou quando duas participantes do ato foram abordadas e levadas pelos policiais.
Manifestações por todo o Brasil
O principal foco dos protestos se volta para a responsabilização de Bolsonaro pela situação em que o país se encontra diante da pandemia de coronavírus.
Além do agravamento da pandemia, manifestantes reivindicavam um aumento no valor do auxílio emergencial e na oferta de vacinas.
Entidades estudantis que estiveram presente também abordaram os cortes em verbas de diversos setores da Educação, que pode obrigar instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a parar de funcionar ainda em 2021.