Guilherme Boulos (PSOL) foi entrevistado nesta quarta-feira (12) pelo jornalista José Luiz Datena, no programa "Manhã Bandeirantes", da Rádio Bandeirantes de São Paulo. O ativista é um dos nomes fortes da esquerda, ganhando destaque após concorrer na eleição presidencial de 2018 e à prefeitura de São Paulo, em 2020, quando chegou ao segundo turno e foi derrotado por Bruno Covas (PSDB).
Críticas ao governador de São Paulo
João Doria (PSDB) foi alvo de críticas por parte de Boulos na conversa com Datena. O esquerdista afirma que o governador de São Paulo poderia ter feito mais no auxílio à população paulista neste período de pandemia do coronavírus. "São Paulo tem R$ 250 bilhões no orçamento. É o segundo maior orçamento, tirando o da União, no país. Poderia ter tomado uma série de medidas, inclusive para evitar a circulação e para que as pessoas ficassem mais em casa. Podia ter tido um auxílio emergencial de São Paulo, com o orçamento que tem, com o custo de vida que tem aqui. Por que não teve?
Ao contrário, tirou ônibus de circulação, ele e o Bruno Covas [prefeito da capital], e deixou aglomeração dentro dos ônibus. Nós entramos com ação na Justiça, que lamentavelmente o Tribunal de Justiça negou, para botar toda a frota em circulação", reclamou.
Eleições 2022
Projetando a corrida presidencial do ano que vem, o político pede uma união das forças de esquerda para derrotar o presidente Jair Bolsonaro. "É evidente que as pessoas estão discutindo sobre a eleição de 2022. Esse debate foi antecipado pelas circunstâncias políticas do país, porque ninguém aguenta mais esse desgoverno. Você tem um desgaste precoce. Teve também a recuperação dos direitos políticos do Lula, tudo isso ascendeu o debate para 2022 em nível nacional.
Meu partido, o PSOL, vai realizar o seu congresso no segundo semestre com a militância do partido para poder tomar o seu posicionamento sobre as eleições de 2022", informou.
Boulos, no entanto, defendeu uma unidade forte de oposição contra o atual governo. "Eu tenho defendido, já defendi aqui em outra oportunidade, que do meu ponto de vista, o melhor caminho é buscar construir uma unidade da oposição, uma unidade da esquerda, em nível nacional, para derrotar o Bolsonaro, e apresentar um projeto de reconstrução para o Brasil, para retomada de emprego, renda, para tirar o Brasil de novo do mapa da fome. Olha a situação que nós estamos, 2021 e temos dezenove milhões de pessoas com fome. Para recuperar direitos sociais que foram perdidos nos últimos anos. Eu acho muito importante ter uma unidade", pediu.
Para o estado de São Paulo, Boulos também defende uma união para acabar com a hegemonia do PSDB no comando da unidade da federação mais rica do país.