Desde os primórdios da campanha eleitoral de Bolsonaro, o político já deu diversas declarações sobre seu apoio ao fechamento de instituições do estado democrático de direito. E muitos de seus apoiadores já se manifestaram em atos populares, pedindo que o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional tenham seus membros sob processo de impeachment, e também que tais poderes sejam fechados.

Diante de constantes ameaças ao regime da democracia, foram instauradas investigações sobre a organização, financiamento e estruturação de manifestações que pediam tais intervenções autoritárias.

O ministro do STF Alexandre de Moraes ficou responsável por uma investigação que objetivava combater a disseminação de fake news, muitas da quais também seguiam a linha autoritária dos movimentos bolsonaristas.

Agora, investigações da Polícia Federal sobre a organização de tais atos deve ser aprofundada, de acordo com informações de um relatório policial divulgadas no G1. No relatório parcial, assinado pela delegada da PF Denisse Ribeiro, ela afirma que vê "justa causa" para aprofundamento das investigações, mesmo diante de "lacunas" na apuração.

O pedido de arquivamento do processo foi pedido pelo vice-procurador Humberto de Medeiro. Ele argumentou que o inquérito não apontava participação de parlamentares no financiamento dos atos antidemocráticos

Apoiadores de Bolsonaro pedem volta do AI-5

Conhecido por ser um dos mais duros e repressores atos institucionais implementados pelos governos militares durante a ditadura, o AI-5 cassou direitos políticos e "oficializou" a censura à opinião e à crítica ao Governo de forma indireta.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro manifestaram-se em abril de 2020 pedindo a volta do AI-5, fechamento de instituições democráticas como o Supremo Tribunal Federal e com apologia à ditadura militar.

O relatório da Polícia Federal afirma que houve participação de Eduardo, filho de Bolsonaro, e um executivo na tentativa de fechar serviços de rádio com o objetivo de fortalecer tais movimentos.

Um dos investigados, o blogueiro Alan do Santos do canal Terça Livre, também já foi alvo da operação e chegou a sair do país alegando uma perseguição. O internauta administra um canal de jornalismo com apoio explícito ao governo de Jair Bolsonaro e suas decisões.

A divisão policial ainda suspeita do envio de dinheiro para o exterior a fim de incitar a eclosão de atos populares pedindo fechamento de instituições tradicionais em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Isso é inclusive um dos pontos para nova investigação da PF. O arquivamento do processo que investiga essas manifestações foi realizado nesta última sexta-feira (4), mas deve continuar em fase de apuração por mais um tempo.