Segundo informações da CNN Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem criticado duramente o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna. As críticas de Bolsonaro ao general por ele ter feito anúncio na última quinta-feira (10) de aumento no preço dos combustíveis está sendo considerada uma estratégia do Governo para que Silva e Luna deixe o comando da Petrobras.
Pede para sair
Auxiliares do presidente da República declararam à emissora, em caráter reservado, que o ocupante do Palácio da Alvorada tem usado a estratégia de deixar claro seu descontentamento com o desempenho de Joaquim Silva e Luna à frente da Petrobras e que diante das pesadas críticas de Bolsonaro seria melhor que o próprio general decidisse abandonar o comando da estatal.
O presidente da República indicou Silva e Luna para o cargo no mês de fevereiro do ano passado, porém, somente no mês de abril o conselho de administração da estatal aprovou o nome do general, dando o aval para que ele assumisse a presidência da estatal – seu antecessor foi Roberto Castello Branco.
Uma possível saída de Joaquim Silva e Luna teria que passar pelo mesmo caminho. Primeiro o tema terá que passar pelo conselho da Petrobras – onde o Planalto tem maioria. Já está marcada para o dia 13 de abril uma assembleia-geral da estatal, na qual os acionistas da companhia irão avaliar a indicação do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para ser novo presidente do conselho de administração da companhia.
A insatisfação de Bolsonaro com o atual presidente da Petrobras aumentou por causa da estatal ter anunciado que iria aumentar o preço dos combustíveis antes de o Congresso Nacional ter aprovado o projeto que zera os tributos federais sobre o diesel até o final de 2022 e determinar alíquota única no ICMS dos combustíveis.
Segundo o que foi apurado pela CNN, o comando da Petrobras estava acompanhando as discussões sobre a proposta do governo, e, portanto, tinha conhecimento das tentativas do Palácio do Planalto para que as medidas fossem aprovadas o mais rápido possível.
No último sábado (12), em uma visita ao Jardim Ingá, Luziânia, Goiás, o presidente Bolsonaro declarou que a Petrobras “demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população”. “É Petrobras Futebol Clube e o resto que se exploda”, afirmou o mandatário.
Ainda de acordo com Jair Bolsonaro, lideranças do Congresso Nacional fizeram um pedido à estatal para somente anunciasse os aumentos após a votação.
“Leis, projetos, contratos feitos no passado que transformou [sic] a Petrobras em algo, simplesmente, em Petrobras Futebol Clube, um Campeonato Brasileiro. Eles cuidam da vida deles, e o resto do Brasil, mesmo na crise e com a guerra lá fora, que se vire. Lamento a atuação da Petrobras nesse episódio”, declarou.