O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), reagiu à decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, de suspender as investigações sobre a atuação dos institutos de pesquisa no período eleitoral.

Nesta sexta-feira (14), ao conceder entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro disse que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Polícia Federal (PF) começaram a investigar os institutos de pesquisa, e que então Alexandre de Moraes determinou que não poderia haver a investigação.

Sendo assim, Jair Bolsonaro afirmou que os institutos irão continuar a mentir e questionou: “Nessas mentiras quantos votos não arrastam para o outro lado?”.

O mandatário afirmou ainda que Moraes tem ligações com Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador de São Paulo e atual candidato a vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mandatário continuou suas declarações lembrando que Alexandre de Moraes foi secretário de Segurança do estado de São Paulo na época em que Alckmin era governador. O presidente ainda falou que todos sabem para quem Moraes advogava no passado. O ocupante do Palácio da Alvorada foi além e declarou que, na verdade, quem irá governar o Brasil em caso de vitória de Lula nas próximas Eleições do dia 30 não será nem o petista, nem Alckmin, e sim Alexandre de Moraes.

Decisão

Na decisão tomada na noite da quinta-feira (13), Alexandre de Moraes barrou as investigações abertas pelo Cade e pela PF, a pedido do Ministério da Justiça, que queria que os institutos de pesquisa fossem investigados. Segundo o magistrado, houve “usurpação de competência”, pois esta atribuição cabe à Justiça Eleitoral, e não ao Cade e à PF.

Além do mais, o ministro também entendeu que não existem elementos para justificar os inquéritos.

“Tais medidas açodadas, além da incompetência dos órgãos que as proferiram e da flagrante usurpação das funções constitucionais da Justiça Eleitoral, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo e candidato a reeleição, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder por parte de seus subscritores”, escreveu o magistrado em seu despacho.

O presidente Jair Bolsonaro tem um longo histórico de atritos com Alexandre de Moraes, que, além de ser o presidente do TSE, também está na condução de investigações sensíveis contra Bolsonaro e seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF).