De acordo com reportagem exibida no último domingo (21) pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), preso após a publicação de um vídeo em que fez ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sofreu 96 punições e estava envolvido em inquérito que investigava falsificação de documentos.
Passagem pela PM
As punições aconteceram no período em que Silveira era soldado na Polícia Militar do Rio de Janeiro, em um período de quase 6 anos. Daniel Silveira passou 26 dias na prisão, 54 dias detido, e teve 14 repreensões, além de 2 advertências.
Documento da PM diz que ele teve problemas como “ausência de compromisso” e “incompatibilidade com o serviço policial militar”, além de “mau comportamento” em razão de “transgressões disciplinares”.
A reportagem mostrou também que Daniel Silveira, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), esteve envolvido em um inquérito que investigava a falsificação de atestados médicos realizados com um carimbo que foi furtado de uma médica. O fato ocorreu quando Daniel tinha 25 anos e era cobrador de ônibus. No ano de 2007, Daniel Silveira alegou estar doente e usou atestados médicos para não ir trabalhar por três semanas, no período de festas de final de ano. O inquérito prescreveu.
Entenda o caso
Daniel Silveira divulgou um vídeo com ataques a ministros do Supremo —em especial, a Gilmar Mendes, Edson Fachin e ao próprio Alexandre de Moraes. O deputado federal foi preso em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, pela Polícia Federal (PF).
Mesmo com agentes da PF em sua casa, Daniel Silveira ainda gravou um vídeo em que confirmava que agentes da corporação estavam em sua casa para o levarem preso.
No novo vídeo, ele ainda mandou uma mensagem para que os esquerdistas que estivessem comemorando sua prisão, não se empolgassem, pois ele, por ter imunidade material, só iria passar uma noite fora de casa e ainda iria prova para o Brasil quem são, na verdade, os ministros do Supremo Tribunal Federal. Silveira ainda declarou que ser preso sob as circunstâncias em que foi detido seria um motivo de orgulho para ele.
O deputado federal está sendo investigado em dois inquéritos, um que investiga fake news e ameaças contra os ministros do STF –sua prisão foi decretada dentro deste inquérito– e o que investiga o financiamento e a organização de atos antidemocráticos ocorridos em Brasília.
No mês de junho, o deputado foi alvo de buscas e apreensão pela Polícia Federal e seu sigilo fiscal foi quebrado por decisão de Alexandre de Moraes. Silveira deu depoimento na ocasião em que negava ter produzido ou repassado mensagens que incentivavam animosidades das Forças Armadas contra o Supremo ou os ministros da Corte.