Um rapaz foi agredido por simpatizantes do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) ao fazer homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada em 2018, no Rio de Janeiro.
O caso ocorreu nesta quarta-feira (17), em frente à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde Daniel Silveira está sendo mantido preso. Na ocasião o homem estava segurando uma placa com o nome de Marielle Franco.
Silveira, que está em seu primeiro mandato como deputado, ficou conhecido nacionalmente em 2018 após quebrar uma placa em homenagem a Marielle.
O episódio desta quarta-feira teve início após um dos simpatizantes de Silveira retirar a placa do rapaz e jogá-la no meio da rua.
Logo depois, o homem foi segurado pelo pescoço com o golpe mata-leão.
O momento foi registrado por um cinegrafista da Super Rádio Tupi. Em um dado momento da confusão o rapaz, que usa muletas por não conseguir mover uma das pernas, aparece jogado no chão e depois se levanta mostrando estar cansado. A confusão continuou com xingamentos contra ele. Uma pessoa que participava do ato, a qual vestia uma camisa com a figura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chegou mais perto do homem e começou a insultá-lo.
Prisão de Daniel Silveira
O deputado foi preso na noite de terça-feira (16), por volta das 23h, em sua residência em Petrópolis. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o deputado foi detido em flagrante por ter divulgado um vídeo em que aparece ameaçando ministros do STF e fazendo apologia ao AI-5.
Silveira voltou a defender a prisão de ministros e disse que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub estava certo quando disse que deveria prender os ministros da Corte durante uma reunião ministerial do Governo Bolsonaro.
Em sua decisão, Moraes disse que as declarações de Silveira foram gravíssimas, pois além de ferir a honorabilidade, caracteriza-se uma forte ameaça contra a integridade dos ministros.
O ministro ressaltou também que a atitude do deputado demonstra que existe uma intensão de impedir que os magistrados exerçam a lei de forma independente, o que é prejudicial para a manutenção do Estado de Direito.
Em nota publicada no Twitter, a defesa do deputado afirma que a prisão de Silveira tem "evidente teor político".
"A prisão do deputado representa não apenas um violento ataque à sua imunidade material, mas também ao próprio exercício do direito à liberdade de expressão e aos princípios basilares que regem o processo penal brasileiro", diz o texto assinado pela advogada Thainara Prado.
Outro ponto criticado pelos advogados foi o motivo apresentado por Moraes para pedir a prisão: "Os fatos que embasaram a prisão sequer configuram crime, uma vez que acobertados pela inviolabilidade das palavras, opiniões e votos que a Constituição garante aos Deputados Federais e Senadores".