O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na noite do último domingo (9), usou seu Twitter para parabenizar a Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro pela operação realizada no Jacarezinho, na última quinta-feira (6).

Bolsonaro, em sua publicação no Twitter, não lamentou a morte dos 27 civis na operação. O mandatário declarou que a "mídia e a esquerda" vão declarar que traficantes são vítimas, igualando-os ao cidadão comum.

'Execução arbitrária'

A operação está sendo alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por apresentar indícios de "execução arbitrária".

No último sábado (8), a Polícia Civil divulgou a lista dos 27 nomes que morreram na operação e classificou todos como "criminosos". Aos 27 mortos se soma o nome do inspetor André Leonardo de Mello Frias, que também morreu na operação.

Na postagem do último final de semana, o líder do Executivo federal homenageou o policial dizendo que o agente da lei perdeu a vida combatendo criminosos. A operação foi deflagrada com a intenção de cumprir mandados contra pessoas com ligações com o tráfico de drogas. Porém, na prática, o resultado foi pouco significativo e teve como resultado várias mortes.

Chacina

Segundo os relatos de moradores e da Defensoria Pública há indícios de que aconteceram mortes sem confronto ou de pessoas que já haviam se rendido, além de estarem feridas.

Os defensores classificaram a operação como sendo uma "chacina".

Na sexta-feira (7), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, já havia se pronunciado sobre a operação e afirmou que todos os mortos eram "bandidos". Mourão fez a declaração antes mesmo de ter sido divulgada a identidade dos mortos. O general afirmou que é lamentável a situação que o Rio de Janeiro atravessa, classificando as quadrilhas do tráfico de drogas como "narcoguerrilhas".

Supremo

Na mesma sexta-feira, o ministro do Supremo Edson Fachin pediu que o procurador-geral da República, Augusto Aras, autorizasse uma investigação sobre o episódio.

O ministro do STF também acredita na tese de ter havido uma execução arbitrária. Fachin afirmou que os fatos que foram relatados aparentam gravidade e em teoria poderiam comprovar que aconteceram exageros na operação.

Na noite de sábado, a Polícia Civil divulgou a lista com todos os nomes das pessoas que perderam suas vidas na operação e classificou 27 delas como sendo criminosos.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro afirma que a operação seguiu todos os procedimentos legais. Esta afirmação vai de encontro aos relatos dos moradores que sustentam que a Polícia Civil executou alguns dos suspeitos.