Na segunda-feira (7) uma notícia se espalhou, divulgada por grandes veículos de comunicação, tornando público uma possível exoneração do ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), responsável pela pasta da Saúde. Esta notícia rapidamente se espalhou, causando muitos debates na internet, de grupos que defendiam sua permanência e de outros que apoiavam sua exoneração; de um lado uma forte narrativa que o ministro Mandetta está realizando um bom trabalho e, do outro que ele vai destruir a economia — além de ser um tipo de ‘traidor’ para alguns bolsonaristas.

Saindo da polarização das redes sociais, é verdade que caso se confirme a exoneração do ministro, este ato causará grandes consequências políticas para o Jair Bolsonaro e seu Governo.

Aprovação do Mandetta diante a crise da COVID-19

O ministro Mandetta, deste o início da crise, defende e vem seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como também vem levando em consideração, acertos e erros de outros países no combate ao Coronavirus. Mandetta, apesar de em alguns momentos ter criticado as ações extremas dos governadores, que provocaram de um dia para a noite o fechamento das atividades comerciais, defende o isolamento social e a campanha de ‘fica em casa’. Contrariando em muitas vezes o presidente Jair Bolsonaro, defensor de um isolamento vertical e a volta do funcionamento das atividades econômicas.

Em pesquisa realizada pela XP Investimentos do mês de abril, mostra um cenário bem complicado para Jair Bolsonaro exonerá-lo. Em uma amostra de 1 mil pessoas entrevistadas, considerando a atuação do ministro da saúde no combate ao coronavírus; 68% responderam que sua atuação é ótima ou boa, com apenas 7% respondendo ruim ou péssima; 21% avaliam como regular e demais não souberam avaliar.

Consequências políticas em uma possível exoneração

O ministro Mandetta é filiado aos Democratas, partido que até o momento é base do governo e detêm três ministérios importantes. O DEM comanda as duas casas legislativas no Congresso Nacional, além de ter um bloco de partidos forte dentro da casa. Em recente entrevista de Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara Federal, para uma emissora de TV, afirmou que Jair Bolsonaro não possui maioria no congresso, em uma clara resposta para o governo, diante de uma possível exoneração do ministro da Saúde.

Maia voltou a falar de CPMI das Fake News, demostrando que o processo ainda não acabou, podendo atingir membros do governo.

Impeachment x Governança

Dentro do cenário político que estamos, um impeachment é muito improvável, principalmente por suas consequências de ordem social. Estamos em meio à crise do coronavírus, onde todos os esforços estão para conter a pandemia. Só que erros políticos do governo, podem afetar sua governança. Em alguns momento durante esta crise, chefes dos poderes se reuniram sem Bolsonaro, isolando ele praticamente de decisões importantes. Sua base no congresso, que sempre foi grande, começam a se afastar. PSL rachou, e partidos da base não conseguem diálogo com o governo, piorando ainda mais a situação para o presidente do Brasil.