Vivendo sob reclusão e obrigação de isolamento social, a maioria das pessoas não vê a hora de retomar suas atividades e voltar à normalidade.
Com momentos difíceis marcados pelo tédio, monotonia e ócio, de vez em quando aparece uma história aqui ou ali de ações benéficas ou filantrópicas. Para alguns, ajudar ao próximo fica mais nítido diante de uma pandemia.
O mais novo episódio de gesto altruísta partiu de um cliente que precisava cortar o cabelo. Natural que ele fosse a um salão de barbeiro.
Ele procurou o salão “Floyd 99”, localizado na cidade de Denver, estado do Colorado, nos Estados Unidos.
Para os funcionários aquele dia estava repleto de significado, pois era o primeiro desde que houve permissão para relaxar as medidas de isolamento social impostas pela Covid-19.
Sorte antes de sair
Próximo de terminar o turno, a cabeleireira Ilisia Novotny, de 32 anos, viu um cliente misterioso abrir a porta e lhe perguntar se podia cortar o cabelo. Ele se sentia um pouco deslocado, porque havia se mudado recentemente de Chicago para Denver.
Enquanto cortava o cabelo do cidadão, ambos engataram uma conversa que foi desde o beisebol até a “barra” de aguentar a quarentena.
Finalizado o corte, Ilisia começou a varrer o chão e o homem foi pagar a conta do serviço prestado na recepção da barbearia.
Um pouco antes de se retirar, ele fez um comentário intrigante em direção a Ilisia e disse: “só para você saber, não é um erro”.
Logo após a saída dele, dentro do local foram verificar do que se tratava realmente e a surpresa foi de “cair o queixo”. O cliente deixou uma gorjeta no valor de US$ 5.800 – algo em torno de R$ 30.000,00 no câmbio atual.
A distribuição dessa quantia foi feita assim: 500 dólares para a recepcionista, mil dólares para o gerente geral e 1.800 dólares para os outros funcionários.
O restante? Foi para o bolso de Ilisia, 2.500 dólares.
Um corte de cabelo bem caro para uma coisa comum e corriqueira a qualquer ser humano, visto que o preço cobrado no “Floyd 99” é de 27 dólares.
Emoção dupla
Tanta felicidade para um coração só não foi suficiente para segurar as lágrimas. Ilisia já estava feliz por voltar a trabalhar naquele dia, mas a maior alegria foi receber a mão auxiliadora e caridosa de alguém desconhecido.
“Voltar e ter clientes, mesmo pessoas que você não conhece mostrando tanto amor é ótimo”, disse a cabeleireira sortuda.
Contando um pouco de sua vida, Ilisia diz que é mãe solteira e afirmou suas apreensões durante o fechamento do comércio na cidade, sem poder exercer atividade profissional.
O dinheiro doado foi direto para a quitação do aluguel atrasado e a antecipação do pagamento da mensalidade de junho.
Sem perspectiva ou previsão de voltar ao trabalho, Ilisia relata que, nos dois últimos meses (durante a vigência da quarentena), procurou os donos da casa onde mora com a intenção de negociar o pagamento do aluguel. Também teve que ir à companhia de energia elétrica a fim de que não cortassem o fornecimento de eletricidade em sua moradia.