Bocejou, coçou os olhinhos... Mas não quer dormir. Os braços já cansados, a musiquinha de ninar já parecendo tortura, a lombar te lembrando que você precisa se exercitar mais. Todo pai já passou ou ainda irá passar por isto. Mães também passam, é claro, mas amamentar é quase sonífero. Pelo menos aqui em casa é. Sempre dá certo. Mas entregar o bebê à mãe dizendo: “não consigo”, fere minha determinação paterna.

Missão 1: Mapear o terreno

É comum ouvir que os bebês só “comem e dormem”. Porém, é ainda mais comum ouvir que os pais não conseguem ter uma noite de sono desde o nascimento da cria.

Paradoxo? Mais ou menos. O fato é que, apesar de dormirem de 15 a 18 horas a cada dia, o padrão de sono dos bebês é diferente do nosso. O ciclo do sono, que em adultos dura cerca de 90 minutos, chega no máximo a 60 minutos nos bebês. E o tempo de sono profundo é bem curtinho, ou seja, bebês acordam facilmente. Além disso, eles costumam despertar, ainda que levemente, a cada 50 minutos e, se tudo ajudar, voltam a dormir sem problemas (ou acordam totalmente e exigem aconchego!). Quanto a como devem ser ninados e se devem dormir em quarto próprio ou não, há muita divergência entre os especialistas. Mas em uma coisa todos, absolutamente todos, concordam: rotina é fundamental.

Missão 2: Disciplina na casa

Bebês gostam de rotina. Não apenas gostam, precisam! Eu imagino facilmente o porquê: tudo é novo, e muita coisa ao mesmo tempo. Uma espécie de montanha-russa dos sentidos. Conseguem se imaginar no meio de uma feira em um local desconhecido onde não falam sua língua? Eu consigo. Como na montanha-russa, pausas são super necessárias para o descanso e a sanidade.

Na gravidez, a obstetra me contou que, no útero da mamãe os bebes dormem e ficam acordados em períodos de 60 minutos, mais ou menos. Me impressionei. Depois de nascidos, acordam com fome durante a madrugada. Algumas vezes! É preciso ensinar a dormir. Ensinar um bebê a dormir demanda paciência, persistência e amor.

Então, juntando as informações acima, basta marcar a hora de dormir todos os dias e, em um mês os problemas terão acabado?

Não é tão simples. Mas com certeza, ajuda. Lembrando sempre que somos todos humanos e nada é tão certinho. Outra medida recomendada é diferenciar o dia da noite com clareza para o bebê. Deixe que os ruídos normais da casa façam parte das sonecas. Pode parecer tentador manter um clima de escuro total e silêncio absoluto durante o dia para aumentar o tempo de sono. Mas, na minha experiência, compensa chegar rapidinho no primeiro sinal de despertar, aconchegar o bebê e, com sorte, fazer a pequena pessoa voltar a dormir. Na medida em que crescem e sentem menos necessidade de soneca, se não foram acostumados a dormir com “o dia rolando”, vão estranhar quando o ambiente não for absolutamente perfeito.

Outra boa dica é criar um ritual para a hora de dormir. Atividades como um banho tranquilo, luzes e sons reduzidos, evitar “telas” 50 minutos antes do horário de dormir, ler uma história. Tudo isto junto, uma atividade só ou qualquer número entre os dois extremos. Ou ainda, alguma outra técnica exclusiva da sua casa. Deve ser algo que tenha significado para todos da casa. Que seja fácil de aplicar e que possa ser feito todos os dias no mesmo horário ou perto disso.

O Sono é fundamental para o crescimento

A luminosidade prejudica a secreção da melatonina, o hormônio estimulador do sono profundo que é produzida naturalmente na glândula pineal. É no sono profundo que o corpo do bebê libera o hormônio do crescimento.

Por isso, o sono de qualidade é fundamental para a saúde da criança.

Para saber mais, leia bastante sobre assunto, converse com outros pais, outras mães e com o ou a pediatra. Sim! Pais também podem perguntar, e isto também é Paternidade ativa. Decidam juntos o que é bom sua casa e esqueça, o resto. Lembrando que a criança também opina, é só a gente prestar atenção.