Após tamanha repercussão e sofrimento da menina de apenas 10 anos, abusada desde os 6 pelo próprio tio, o governo do Espírito Santo busca encerrar o caso da forma mais humana possível, proporcionado à vítima um recomeço de vida após o procedimento de aborto e prisão do suspeito.
O governo está preparando uma nova identidade para a criança, assim como um novo endereço residencial, com as despesas relacionadas ao aluguel pagas pelo estado.
Viagem
Após o encaminhamento para um hospital no Recife, devido à negativa médica dos hospitais locais de realizar o aborto, a menina capixaba finalmente está bem e ganhou alta do hospital.
Um avião foi fretado no Recife para transportar a criança e a família. Ao chegar na capital, a família só precisa aceitar as propostas para que uma nova vida seja recomeçada. As informações foram apuradas pelo UOL.
Programas estaduais
A oferta concedida à criança e à sua avó faz parte de um programa do governo estadual, de acordo com o Sistema de Proteção a Pessoas Ameaçadas.
Os programas correspondem ao apoio e proteção de testemunhas, vítimas de violência, assim como seus familiares e proteção às crianças e adolescentes que sofrem ameaças de mortes. Segundo a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, ambos os programas permitem a mudança legal de identidade.
PROVITA
O objetivo do PROVITA é garantir a proteção tanto das vítimas como testemunhas de crimes que possam ser coagidas ou ameaçadas por colaborarem com uma investigação criminal.
Inicialmente, o programa tem durabilidade de dois anos, porém, pode ser renovado e estendido por mais dois anos caso necessário.
Com o apoio deste programa, a vítima é reinserida socialmente em um local distante de onde aconteceram os crimes ou abusos. Caso a menina, assim como seu responsável legal aceitem a proposta do governo, o recomeço deve acontecer por lei distante da cidade de São Mateus, onde tudo aconteceu.
PPCAAM
O segundo programa ofertado tem como objetivo promover, preservar e proteger a vida de crianças e adolescentes que venham a ser ameaçadas de morte. O benefício pode ser estendido para a família caso seja de desejo da vítima.
Ao contrário do PROVITA, o PPCAAM tem durabilidade de apenas um ano, porém também pode ser renovado por pelo menos mais um ano caso seja necessário.
Vítima
O caso repercutiu em todo o país, causando divergências nas redes sociais. Contudo, a menina, que já havia sofrido os abusos e passaria por um procedimento delicado de retirada do feto, acabou sendo violada novamente, desta vez pela própria sociedade que, com o apoio da ativista de extrema-direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, conseguiu acesso aos dados da criança e do hospital que realizaria o aborto.
Não satisfeita, Sara divulgou os dados em suas redes sociais e provocou aglomerações, que geraram ofensas contra a vítima, fazendo com que ela tivesse que entrar no porta-malas de um veículo e esconder-se, para conseguir entrar no hospital sem sofrer maiores danos físicos ou psicológicos.