Pressionado contra a parede, o ser humano vive assustado por notícias sobre doenças, guerras, fome, desigualdade social e, claro, problemas do cotidiano. Mais do que um fato, o coronavírus veio engrossar os itens de tantas coisas negativas e mudou as relações sociais como um todo, desde o espaço familiar até questões maiores como a perda de emprego, instituição de lockdowns e a solidão do ‘home office’.
Mesmo com cenário adverso, o Instituto Gallup achou um modo de praticar a esperança e a fé em dias melhores. Não se trata de nenhuma ação redentora ou salvadora.
É que o Gallup faz a edição anual do Relatório Mundial de Felicidade.
Baseando-se na persistência para a continuação desse levantamento, os pesquisadores, ao elaborarem o relatório final deste ano, ouviram e entrevistaram 350 mil pessoas de 95 países. Uma das metas traçadas era perceber/avaliar como a pandemia afetava os entrevistados e de que maneira eles estavam superando essa fase que começou no ano passado e se estende por 2021. Elas também foram estimuladas a responder como qualificavam suas vidas durante a pandemia.
O intuito dessa qualificação não girava em torno do poder aquisitivo ou da expectativa de vida. O propósito maior era a manifestação de cada um sobre o ser feliz, dando simplesmente uma nota de zero a dez.
Pode parecer estranho, mas para o Professor Shun Wang, da Escola KDI de Políticas Públicas e Gestão na Coreia do Sul, “essas avaliações subjetivas ou autopercebidas são uma maneira mais confiável de dizer como a vida é boa”. Ele participou dos trabalhos relativos ao relatório.
Estabilidade
Olhando individualmente, os pesquisadores tiveram certa surpresa com relação à estabilidade de autossatisfação, mesmo com a interferência da Covid-19 em nível mundial.
Os resultados são bem semelhantes, quando comparados com o relatório de 2020.
A lista de países mais felizes ficou praticamente inalterada nas primeiras posições, com os países da Escandinávia em destaque.
A Finlândia aparece pela quarta vez consecutiva como o país mais feliz; seguida pela Islândia e Dinamarca. Mais ao sul da Europa, os próximos eleitos são a Suíça e a Holanda.
Curiosa é a nona posição da Nova Zelândia, primeira nação fora do continente europeu a aparecer no topo da lista.
Os motivos que levam os países nórdicos a receberem notas altas reside no suporte e no auxílio que as pessoas recebem dos governos. Uma maneira mais aprofundada de se analisar é que os cidadãos possuem assistência médica e educação gratuitas, baixa taxa de violência e licença parental de duração estendida.
Foco
Embora o relatório busque a montagem de um mapa que demonstre quais são os efeitos da pandemia na qualidade e estrutura de vida das pessoas, outra finalidade é detectar o quão preocupados e zelosos os governos estão em administrar e cuidar do problema denominado coronavírus.
E o Brasil está em que parte do ranking?
Também publicado pelo jornal americano “The New York Times”, o Relatório Mundial de Felicidade atestou uma queda de posicionamento do Brasil. Nos anos de 2019 e 2020, o país verde-amarelo era considerado o trigésimo segundo lugar mais feliz para se viver. Agora, na edição de 2021, a terra do samba e do futebol alcançou o quadragésimo primeiro lugar, encostado e logo atrás do Japão.
Segundo o noticiário, esse descenso tem, como causa principal, a observação do brasileiro de um sentimento de ineficácia no combate à pandemia de Covid-19.
Aqui vão elencados os vinte países mais felizes do mundo por ordem decrescente: Finlândia – Islândia – Dinamarca – Suíça – Holanda – Suécia – Alemanha – Noruega – Nova Zelândia – Áustria – Israel – Austrália – Irlanda – Estados Unidos – Canadá – República Checa – Bélgica – Reino Unido – China – França.