O mundo e nossa interação com ele mudaram muito nos últimos anos, muito por causa de formas mais práticas e interativas de conhecer pessoas, produtos e serviços. Afinal, já não é mais necessário gastar a sola de sapato por se ter tanta praticidade na palma da mão.
Essa praticidade seria um sonho para os eleitores brasileiros, os quais deverão comparecer pessoalmente e presencialmente às urnas das zonas eleitorais em 2020.
O alerta se refere a mais uma tentativa de fazer um estrago e iludir o cidadão quanto ao seu direito (obrigatório, diga-se de passagem) de votar para prefeito e vereadores neste ano.
Não se trata de colocar muito sal no doce, mas o fato é que circulou na internet nos últimos dias, uma notícia que divulgava que a partir de 2020, o eleitor poderá votar pelo celular. Se isto fosse sério, o TSE daria sua aprovação de voto eletrônico à distância.
Mas, apesar de ser o desejo de muitos, esta notícia é “fake”: primeiramente porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não mencionou qualquer intenção de implantar semelhante sistema de votação tão cedo. Em segundo lugar, até o momento não houve qualquer comunicado ou manifestação por parte do próprio Tribunal em alterar o sistema vigente, feito pelas urnas localizadas nas seções eleitorais. Assim, se conclui que cada um, cada pessoa com direito de votar terá que se deslocar até a sua zona de votação; ou melhor, será exigida sua presença.
Desmentindo
A única declaração da Justiça Eleitoral foi feita após saber sobre a veiculação de um vídeo nas redes sociais com o título: “Fim das urnas: TSE preparou surpresinha para o dia das Eleições: votamos por você”. Não acredite nesse vídeo por ser desinformação. É falso!
Esse material que passa na Internet aproveita o vácuo de um projeto encabeçado pelo TSE chamado de “Eleições do Futuro” e lançado no mês passado.
O principal objetivo do projeto é detectar, estudar e elaborar outras formas de fazer evoluir o sistema eleitoral do Brasil e do voto eletrônico.
O pontapé inicial do “Eleições do Futuro” foi a abertura de edital àquelas empresas do ramo tecnológico que apresentem propostas e soluções para as votações de cargos políticos. A preferência dada é por meio da Internet.
Portanto, é muito cedo para que um projeto de tamanha envergadura já tenha obtido tanto sucesso em apenas um mês, se considerarmos a abertura, o debate, o desenvolvimento da ideia vencedora, os testes, os consertos e, (ufa!), a implantação total. Como se pode ler, isso leva um bom tempo.
A próxima etapa a ser cumprida nesse ritual é a demonstração gratuita das tecnologias para uma primeira avaliação do próprio Tribunal Superior Eleitoral.
No entanto, uma das maiores lições que se pode extrair dessa desinformação é que o brasileiro, tão acostumado a ver, presenciar e ser vítima de assaltos, não permita que também lhe roubem a cidadania. Especialmente em datas em que a própria cidadania tem que aparecer num dever cívico. O melhor é não se iludir ou pegar carona na ilusão praticada deliberadamente por outros, só com a intenção de desviar a atenção.