Em artigo publicado neste domingo (9) no jornal O Globo, o jornalista e apresentador Pedro Bial fala sobre o que ele definiu como linchamento virtual após suas críticas ao documentário "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa.

Bial fez duras críticas, tanto ao documentário quanto à sua criadora. As críticas aconteceram na última segunda-feira (3) em uma entrevista que Pedro Bial concedeu à Rádio Gaúcha.

Na entrevista, o ex-apresentador do "Big Brother Brasil" (BBB), da Rede Globo, falou que o documentário brasileiro que concorre ao Oscar possui qualidades técnicas e tem chance de ganhar o prêmio.

Porém, ele afirma que a narração da própria Petra Costa é "insuportável" e que a diretora: "fica choramingando o tempo todo".

O apresentador do programa "Conversa com Bial" disse ainda que o documentário da Netflix se trata de uma "menina" que quer mostrar para a "mamãe" que fez tudo certo.

Petra Costa

Nestes últimos dias, Pedro Bial recebeu muitas críticas pelos seus comentários sobre a diretora e seu filme.

A "menina" que Bial se refere é uma mulher de 36 anos. A cineasta em nenhum momento escondeu que seu documentário fosse a narração de um período importante da história recente do Brasil (o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff) sob um olhar da esquerda.

Machismo e misoginia

Petra Costa é filha de militantes de esquerda que lutaram contra o golpe militar de 1964.

Muitas das pessoas que criticaram a fala de Bial questionaram não a sua Opinião sobre o documentário, mas se perguntaram se o apresentador falaria algo do tipo se a direção fosse de um homem.

Uma das personagens vistas no filme, a petista Dilma Rousseff classificou as falas do apresentador da Rede Globo como sexista e o chamou de misógino.

Em sua justificativa no artigo do jornal carioca, Pedro Bial disse que caiu na temeridade de simplesmente ter expressado sua opinião.

Ele continuou dizendo que não é seu costume pedir desculpas e também não pede para que os outros se desculpem.

Entretanto, o jornalista relativizou seus comentários à rádio quando ele declara no artigo que a conversa ocorreu de uma maneira tão informal quanto em uma conversa de bar.

Sorriso na voz

Ele afirmou que conversas ocorridas dessa maneira, quando são transcritas para o papel, ganham um peso que não condiz com a realidade, "o sorriso na voz se perde", garante ele. "Palavras ditas num papo assim, transcritas para o papel, ganham peso enganoso, o sorriso na voz se perde. Não me queixo, faz parte", disse.

Ele ainda disse que suas declarações foram retiradas do contexto, e afirmou que nem reclama desta prática jornalística, de tirar do contexto e provocar um contraste em busca da essência da notícia. Neste exercício, é mais fácil errar do que acertar, afirmou Pedro Bial.

Ele então repete a parte mais polêmica de sua fala e diz que ela foi retirada do contexto e cita a sua frase completa e diz que isto faz parte do jogo.