Se a Sociologia é a Ciência que estuda a sociedade, então precisamos dizer o que é a sociedade para nós. Entretanto, se olharmos atentamente para a história da Sociologia, descobriremos que não há um consenso quanto a este conceito. Assim deparamo-nos com correntes que encaram a sociedade de maneiras diversas e contraditórias.

Vale lembrar que todos esses modos de encarar a realidade são válidos e acarretam diferentes metodologias. De início apresentaremos o conceito de sociedade para a corrente do Individualismo metodológico, cujos principais representantes são Tomas Hobbes e John Locke.

Essa escola constrói o conceito de sociedade com base no Indivíduo.

Tendo o indivíduo como célula primeira da sociedade, esta corrente encara os grupos sociais, como meros aglomerados de átomos fundamentais. Isto é, cada indivíduo é dotado de desejos e objetivos e encontra na sociedade o meio para alcançar seus fins. Essa concepção de sociedade é melhor explicada por Tomas Hobbes.

Tomas Hobbes (1588-1679) foi um materialista inglês que manteve controvérsias violentas sobre a liberdade e a necessidade, o que levou o Parlamento a acusá-lo de ateísmo. Para ele, o homem em estado de natureza estaria voltado para a realização dos seus interesses e para a própria sobrevivência. Para ele, não haveria relações sociais de fato, e o mundo seria uma guerra de todos contra todos.

Dessa forma, “O homem é um lobo para o homem”.

É bem verdade que uma situação como esta a sobrevivência seria impossível. Então os homens compreenderam que seus objetivos não teriam êxito a não ser que fizessem um acordo de respeito mútuo. É nesse momento que se cria o Estado, um poder central que, agindo como árbitro, tonaria possível a convivência de seus membros.

A esse Estado Absoluto e monárquico Hobbes dá o nome de Leviatã.

A partir daí os indivíduos, ainda que mantendo seus interesses próprios, entrariam num consenso de não agressão. Cada um agiria de acordo com suas características pessoais e a vida em sociedade seria um acordo tácito.

Segundo John Locke (1632-1704) a sociedade só será instituída e organizada a partir de um contrato entre todos os indivíduos.

Para ele, os homens se juntam em sociedades políticas e submetem-se a um governo com a finalidade principal de conservarem suas propriedades, pois o estado natural não garante a propriedade. O Estado é soberano, mas sua autoridade vem somente do contrato que o faz nascer: este é o fundamento liberal do pensamento de Locke.

Assim, para essa escola a compreensão da sociedade só seria possível pela compreensão das atitudes de cada indivíduo. Ou seja, "a sociedade" não existe por si só, mas é uma criação feita a partir de indivíduos, e são estes mesmos indivíduos que cometem os piores crimes, tudo pela sobrevivência do organismo. Enfim, não há melhor maneira de resumir a natureza de uma sociedade se não pelo papel da teoria econômica que ela assume, ou seja, pelos valores que ela ensina.

Que valores a sociedade atual está ensinando as novas gerações?