O tenente Gonçalves passou por um momento de grande tristeza no último final de semana. Ele estava na igreja aguardando Jéssica Victor Guedes, de 30 anos, chegar para que acontecesse o casamento deles. No entanto, a Mulher começou a passar mal minutos antes de subir ao altar. Ela teve um AVC (acidente vascular cerebral) hemorrágico em decorrência de uma eclâmpsia. Grávida de sete meses,Jéssica acabou falecendo.
Em uma entrevista comovente e exclusiva para a revista Crescer, Gonçalves contou detalhes daquele dia e toda a correria para tentar salvar, além da sua noiva, a filhinha deles que ela carregava no ventre.
De acordo com ele, Jéssica era uma pessoa muito feliz. Eles viajavam bastante e curtiam muito a vida. Ela também fazia atividades físicas e mantinha todas as vacinas em dia, já que era enfermeira. A espera do bebê era uma alegria sem tamanho que eles torciam para que chegasse logo.
Problemas com a filha
Segundo Gonçalves, o casamento era para acontecer no dia 15 de novembro, porém, em decorrência do nascimento de Sophia, eles decidiram adiantar para 15 de setembro.
Um fato lembrado por ele é que na última semana antes do casamento Jéssica passou com uma médica e ela informou que a bebê estava com restrição de crescimento. Passou algumas vitaminas e pediu para que voltasse na sexta-feira (um dia antes do casamento). Ao voltarem lá, a médica percebeu que o fato era mais grave em relação ao crescimento da criança e pediu para que ela passasse com um endócrino. A médica, inclusive, cancelou a lua de mel deles, pois queria observar o crescimento da criança nesses tempos. O noivo comentou que Jéssica ficou um pouco abalada com o episódio.
Minutos antes dela morrer
Tenente Gonçalves disse que conseguiu um desconto e contratou uma limousine para fazer uma surpresa para ela.
Comprou o perfume que ela mais gostava e deixou dentro do carro. Ao chegar na igreja, ele disse que cumprimentou a todos, como se algo dissesse que depois ele não poderia fazer isso.
O tenente começou a achar estranho que já estava tudo pronto e ela não entrava na igreja. Uma prima dela, então, entrou correndo e disse que Jéssica tinha desmaiado. O noivo saiu correndo, retirou ela da limousine e começou a dar os primeiros socorros para ela. Ele foi junto com ela na ambulância até o hospital. Gonçalves disse que ela tinha os batimentos cardíacos e, por essa razão, imaginava que era apenas um mal-estar.
Alegria e tristeza
Encaminhada para um outro hospital mais bem preparado, o tenente disse que só pensava em salvar a vida da sua esposa e de sua filha.
Ele falou que veio um momento de alegria quando no hospital deram os parabéns a ele pelo nascimento da filha. Ele chegou a ligar para alguns amigos falando desse momento de alegria.
Entretanto, ninguém dava notícias sobre Jéssica e isso começou a deixá-lo desesperado. Foi aí que um médico veio avisá-lo que ela teve uma hemorragia interna. Depois o chamaram de novo e disseram que ela estava sem atividade cerebral.
Infelizmente, o último contato com o médico foi para dizer que Jéssica estava com morte cerebral e que ele poderia despedir dela por alguns minutos. Ao vê-la, Gonçalves não parava de chorar e sentia ela quente e com os batimentos cardíacos. Foi aí que ele começou a pedir forças a Deus e massageou os pés dela.
No entanto, ele voltou à realidade e viu que nada poderia fazer naquele momento. Com a morte dela, os seus órgãos foram doados, pois, era um desejo da moça. A comida do buffet foi doado para crianças da comunidade Peri Alto, na zona norte de São Paulo.