Segundo informações do G1, o caso aconteceu quando a cuidadora de idosos, Eliangela Carlos Lopes, 41 anos, viu o anúncio em um grupo do aplicativo de mensagem WhatsApp, e ficou bastante revoltada com o fato acorrido. Logo depois ela procurou a Polícia Militar para registrar um BO (Boletim de Ocorrência) e disse ter ficado em choque quando leu a oferta.
Eliangela mora em Ribeirão das Neves, que é a região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais e é cuidadora de idosos.
Em um grupo ela viu uma mensagem de vaga de emprego, no inicio de Novembro, vetando negras e gordas para uma vaga de cuidadora. Logo, resolveu procurar a Polícia Militar (PM) para relatar um boletim de ocorrência como discriminação.
A vaga era oferecida pela empresa Home Angels BH-Centro Sul, que trabalha na área de cuidadores e foi mandada para a empresa Leveza de Afeto, que compartilhou por meio do aplicativo WhatsApp em linha de transmissão. Em nota, a empresa disse que não existe nenhum requisito para uma contratação de seus funcionários ou prestadores de serviços, salvo a avaliação quanto a aptidão técnica.
A franqueadora da Home Angels no Estado de São Paulo, disse que repudia, veemente, o que aconteceu e destaca a igualdade de tratamento entre todas as pessoas.
A mensagem dizia que a única exigência é que as cuidadoras não poderiam ser negras, gordas e que precisava pelo menos uns 3 meses de experiência. A responsável da Leveza do Afeto, Fernanda Spandinger, disse em entrevista nessa quarta-feira (13), que sua intenção foi empregar. Ela disse que apenas copiou e colou para atender uma demanda.
Só que Eliangela se revoltou com o texto da vaga e disse que não preencheria a vaga por causa do seu tom de pele e ficou bastante estarrecida, em estado de choque, com seu coração dilacerado. Eliangela indagou que não teria chances de disputar a vaga, pois, é negra, tem cabelos crespos, é moradora de Ribeirão das Neves e está com 41 anos.
Ela explicou que não precisa da vaga por estar empregada há dois anos no bairro Aparecida, que fica na Região Noroeste de Belo Horizonte, mas teve a empatia de se colocar no lugar de suas outras colegas desempregadas.
Cuidadora indaga empresa
A cuidadora contou em entrevista para o G1, que ainda mandou uma mensagem para Fernanda Spandinger falando que o conteúdo da mensagem da vaga de emprego era racista. Por sua vez, Fernanda pediu desculpas e enviou uma outra mensagem corrigindo aquela. Fernanda disse, repudiar qualquer manifestação de algum tipo de preconceito e esclarece, não ser nem a sua postura e nem de sua empresa. Reconhece ter errado em repassar a mensagem sem ter um filtro e ter dito que não trabalharia com empresas que tem esse tipo de postura, porém, na hora da pressa acabou repassando na lista de cuidadora que criou.
Ainda, Fernanda disse que pediu desculpas para Eliangela e se colocou a disposição para ajudar ela no que for preciso.
Eliangela é cuidadora de idosos há sete anos e disse que essa mensagem específica teria mexido com seu emocional. Logo após ter procurado a Polícia Militar e assim, registrar um boletim de ocorrência, Eliangela tem muito a fazer. Para dar o andamento ao processo judicial, segundo a cuidadora, vai ter que ir em um cartório e mandar fazer uma escritura que custa R$ 250 reais. “Agora imagine as pessoas que estão desempregadas? É por isso que as coisas não vão para frente, as pessoas desistem”, disse Eliangela.