Provavelmente, o agente da Polícia Federal Jorge Chastalo, 46 anos, nunca tenha imaginado que algo assim fosse acontecer em sua vida.
O policial federal, que é conhecido como "Rodrigo Hilbert da PF", ganhou a atribuição de ser o chefe da escolta dos presos da Operação Lava-Jato em Curitiba.
Chastalo ficou como o responsável por controlar a entrada e saída de advogados, familiares e políticos que iam visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também era quem acompanhava o petista em audiências e entrevistas.
Jorge Chastalo cogita escrever um livro em que contará suas impressões sobre a convivência diária que teve com uma das figuras mais importantes da política brasileira --foram 580 dias com o ex-presidente Lula.
O "Rodrigo Hilbert da PF" garante que a convivência com o político tornou-se amizade e agora ele tem planos de registrar estas memórias em livro.
Como publicado no jornal O Globo desta última terça-feira (19), o agente relata que esta foi uma ideia do escritor cubano Leonardo Padura. O escritor é o autor do livro de grande sucesso "O Homem Que Amava os Cachorros", que vendeu no Brasil mais de 50 mil exemplares.
Padura é considerado um dos maiores escritores cubanos da contemporaneidade. O romancista visitou Lula no dia 15 de agosto.
Ao término da visita, ele conversou por volta de 10 minutos com o agente e falou que ele, Chastalo, tinha a obrigação de registrar a convivência com o ex-presidente, pois o policial era uma testemunha da história.
Escrever ou não escrever
Chastalo afirma que se preocupa com as questões legais que pode enfrentar se escrever um livro sobre Lula.
O policial afirma que ainda não tratou sobre esta possibilidade com o próprio Lula. Jorge Chastalo diz ainda que tem sido cobrado por muitas pessoas que querem que ele escreva o livro.
Até mesmo seus colegas policiais, e também amigos do Judiciário, garante o policial da Polícia Federal.
Porém, ele diz que não quer se aproveitar da situação e que precisa ser o mais profissional possível.
Caso o livro realmente seja escrito, não faltarão histórias para serem contadas. O agente da lei afirma que o convívio diário com Lula rendeu uma troca de impressões sobre diversos temas, principalmente sobre política.
'Mais de direita'
Assim se autodefine Jorge Chastalo, mas ele afirma que a convivência com o ex-presidente fez com que reavaliasse certas posições.
Agora, ele garante que consegue enxergar pontos positivos tanto na esquerda quanto na direita. O policial, entretanto, nega-se a dizer se Lula influenciou seu voto em 2018.