Começou uma nova fase da Operação Lava Jato na manhã dessa última terça-feira (10), comandada pela Polícia Federal (PF), chamada de Mapa da Mina.

A operação é um desdobramento da vigésima quarta fase, período quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um mandado de condução coerciva, em março de 2016.

O Ministério Publico Federal do Paraná disse que essa nova fase era para aprofundar as investigações sobre os repasses financeiros suspeitos feitos por empresas do grupo Oi/Telemar.

Esses repasses da Oi/Telemar eram para o Grupo Gamecorp/Gol, que tem o controle de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e também, Fernando Bittar e Jonas Suassuna.

Cerca de 200 policiais cumpriram 47 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal.

Os mandados foram feitos pela décima terceira Vara Federal de Curitiba e não tem mandados de prisão.

As apurações da investigação chegam até os pagamentos, realizados entre os anos de 2004 e 2016, que são superiores a R$ 132 milhões, e foram feitos sem nenhuma justificativa econômica plausível.

O grupo Oi/Telemar também foi um dos beneficiados por diversas ações praticadas pelo governo federal da época. O MPF disse ainda que parte desses recursos foram usados para a compra do sitio de Atibaia, que é o mesmo que levou o ex-presidente Lula a ter uma condenação de 17 anos de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região.

Essas provas foram obtidas graças a contratos fiscais e dados retirados a partir da quebra das contas dos envolvidos da investigação, mostrando que tanto a empresa do grupo Oi/Telemar, como a da Gamecorp/Gol sem prestar devidas contas plausíveis sob a ótica da Justiça.

Assim, fizeram pagamentos muito acima dos valores que estão nos contratos e já consolidados no mercado, como também faziam pagamento de serviços não realizados.

MPF diz que grupo foi beneficiado pelo governo federal

O Ministério Publico Federal disse que, em paralelo a tudo isso, ainda haviam repasses para o grupo Gamecorp/Gol, e o grupo Oi/Telemar teve benefícios do governo federal da época com várias decisões politicas e também administrativas no setor de telecomunicações.

As mensagens que foram apreendidas na investigação, mostram que o grupo Oi/Telemar teve o beneficio por uma nomeação de um conselheiro da Anatel.

Ainda segundo Ministério Publico Federal, há suspeita de repasses feitos pelo grupo Oi/Telemar para outra empresa, chamada RT Serviços Especializados, que foram usadas para pagar despesas do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, e também pessoas que estão relacionada ao ex-ministro.

Há evidências que mostram que Dirceu também teve uma participação ativamente a favor do grupo Oi/Telemar com o governo federal.