Zheng Xiao Yun, mais conhecido como Marcos Zheng, foi preso na manhã do último sábado (11), em São Paulo, pela Polícia Civil, sob a suspeita de ter liderado uma quadrilha que roubou mais de 2 milhões de equipamentos. Além dos EPIs (máscaras), foram encontrados também em poder da quadrilha 15 mil testes de coronavírus. Ao flagrar o material no local, a polícia identificou armamentos, como machado, fuzil e pistolas, e dinheiro. Em poder dos guarda-costas de Marcos Zheng tinha uma pistola e 34 cartuchos registrados. A delegada Elisabete Sato confirmou que Sheng é um representante da China.

O caso repercutiu no jornal O Estado de S. Paulo. O programa "Brasil Urgente", apresentado pelo jornalista José Luiz Datena na Band, também apurou a informação. Na ocasião do programa policial, Datena entrevistou Elisabete Sato delegada-geral adjunta da Polícia Civil. Sato confirmou a suspeita de que Zheng Xiao Yun (Marcos Zheng) é um representante chinês.

A defesa de Zheng encaminhou fotos e documentações à Justiça. Segundo informações do Estadão, ele fez por diversas vezes a "ponte de amizade" entre a China e o Brasil, esteve presente em diversos momentos em reuniões no Palácio dos Bandeirantes com o então governador Geraldo Alckmin e teve ligações com João Doria, atual governador de São Paulo.

Em vários momentos Zheng atendia como representante comercial ligado à embaixada da China.

Investigação da quadrilha

A operação que culminou na prisão de Zheng Xiao Yun (Marcos Zheng) só teve início após um BO (Boletim de Ocorrência).

O BO apontou que os testes foram roubados. No dia 8 de abril constatou-se a falta de 15 caixas de papelão com 1000 kits, um total de 15 mil testes para o coronavírus.

No Boletim, os nomes das empresas vítimas foram preservados.

No dia 12 de abril, outro BO foi iniciado. Nos arquivos apurou-se que o material estava sendo vendido no mercado negro.

O disfarce e o representante chinês Marcos Zheng

Com os boletins em posse e informações do modo de operação, a polícia resolveu dar o próximo passo.

Foi necessário um disfarce, a identidade escolhida foi a persona de um empresário nordestino, a negociação com os criminosos tinha começado, eles queriam R$ 4 milhões, mas foi acertado R$ 3 milhões, uma reunião foi marcada, junto estava o delegado Rodrigo Baracat.

Ao chegarem no local, os delegados relatam terem visto 5 homens intermediários da operação, dois deles indicaram a localização dos kits, os dois pediram para que os acompanhasse, no caminho três seguranças estavam visualmente armados.

Luiz Alberto Guerra, Titular da 3ª Delegacia de Atendimento ao Turista declarou ter subido dois lances de escada até um ante sala com mais outros 2 intermediários.

De acordo com o depoimento, na próxima sala estava Marcos Zheng (Zheng Xiao Yun) e Fu Zhihong, um empresário, a sala estava fechada.

As caixas, estavam em poder de Fu, que por sua vez checava as caixas, sendo estas possivelmente as furtadas, do outro lado da sala estava Sheng que falava ao telefone, entretanto o representante não participava da negociação.

Tudo ocorria na rua Cipriano Barata, no Ipiranga. Um dos suspeitos informou que o nº nesta rua foi retirado para dificultar a localização.

O imóvel: a casa o PM e o Sargento

Há também a suspeita de envolvimento de um PM (Policial Militar) e um sargento do Exército. Houve momentos em que o PM em questão chegava a gritar, o que seria para avisar a chegada de policiais devido a certas operações ilícitas.

O cabo está afastado desde o mês de setembro do ano passado.

Há também o envolvimento de um sargento do Exército, que mesmo alegou ser o motorista de Zheng e confirmou que Fu é locador de parte do imóvel.

Flagrante

No ato de invasão, a polícia rendeu os seguranças. so local, armas de grosso calibre, duas pistolas estavam em nome do PM e do Sargento, ambas de uso permitido, havia também outros armamentos já citados.

Em posse de outro segurança, uma arma de calibre 12 e outra ponto 40.