Nesta quinta-feira (4), milhares de Moradores de Hong Kong se uniram para relembrarem do massacre realizado pelo Governo chinês na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989. No evento, estudantes que protestavam por uma maior democratização da China foram assassinados por ordem do Partido Comunista Chinês, que via os atos como demonstrações de rebeldia contra o governo.
Após o acontecimento, o governo chinês tornou o assunto um tabu e ele pouco é falado na China Continental. Tentativas de falar sobre este marco histórico da história da China é reprimido e punido pelo governo.
Sempre que o aniversário da data se aproxima é comum que o governo chinês adote uma série de medidas para prevenir eventos em comemoração aos protestos. A prisão de intelectuais e artistas seria uma das medidas adotadas pelo governo.
Além da forte censura sobre o tema em livros e na internet, fontes ligadas aos órgãos de direitos humanos informaram que desde maio o governo chinês vem se empenhando para reprimir qualquer forma de protesto por conta da data emblemática. A segurança da Praça da Paz Celestial também pareceu reforçada nesta quinta-feira com um maior número de policiais visíveis do que em dias comuns.
Números do massacre
Até os dias atuais não se sabe ao certo quantas pessoas morreram durante os protestos, pois o governo chinês afirmou algumas semanas após o massacre que apenas 300 pessoas teriam morrido e que estas, em sua maioria, seriam soldados que agiram sob ordens do partido comunista.
A Cruz Vermelha Chinesa chegou a falar em 2.600 mortes após o caso, mas logo desmentiu os números. A embaixada da Suíça fez uma estimativa na época em torno de 2.700 pessoas enquanto o embaixador britânico Sir Alan Donald afirmou em um telegrama que o número de mortos poderia chegar a 10.000.
Hong Kong
Já em Hong Kong todo ano é realizada uma vigília em que a população acende milhares de velas para relembrarem os mortos no massacre em Pequim.
Mesmo contra a recomendação de autoridades oficiais que afirmaram que a aglomeração não seria segura neste ano em decorrência da pandemia do novo coronavírus a população em Hong Kong deu um jeito de relembrarem o fato.
Ao invés de colocarem as velas no Victoria Park, praça da cidade em que normalmente as pessoas se reúnem no dia 4 de julho para relembrarem a data e acederam as velas por toda a cidade.
Independência
A ilha de Hong Kong é um território semiautônomo da China. Apesar de ter declarado independência da China continental ao fim da guerra civil em que o partido comunista ascendeu ao poder e isolou as lideranças capitalistas na pequena ilha, o país atualmente é obrigado a cumprir certas normas impostas pelo governo central de Pequim. A interferência de Pequim sobre Hong Kong vem gerando uma onda de inconformidade entre a população da ilha e protestos pedindo a total independência de Hong Kong vem ganhando força.