Um crime de homofobia ocorreu no último domingo (28), em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. Uma mulher de 42 anos, que não teve a identidade revelada, agrediu um funcionário homossexual que trabalha no terminal rodoviário da cidade. A mulher foi presa em flagrante pelos crimes de homofobia, ameaça, dano, injúria mediante preconceito, lesão corporal e tráfico de influência.

De acordo com o site IG, no dia do ocorrido, policiais foram acionados para atender a denúncia de que uma mulher estaria espancando um funcionário de uma agência de viagens localizada no terminal rodoviário de Lucas do Rio Verde.

A suspeita ainda teria danificado o estabelecimento.

Mulher teria se descontrolado

A vítima relatou que a mulher teria chegado à agência na tentativa de adquirir uma passagem, porém, teria desrespeitado a distância determinada pelos órgãos de vigilância sanitária em razão da Covid-19. O jovem afirmou que teria tentado orientar a mulher, que passou a ofendê-lo com palavras de baixo calão.

Em um vídeo que circula pela internet, é possível ouvir xingamentos de cunho homofóbico e discursos de ódio por parte da mulher, que chega a dizer ser uma "serva de Deus". Nas imagens, também é possível observar a mulher danificando objetos no local, enquanto a vítima se afasta e pede para que ela pare.

A suspeita ainda ameaçou o funcionário de morte: "viadinho, bicha, odeio viado, vou te matar e viado não entra no céu".

Ainda segundo o site IG, a vítima teria seguido se esquivando e chegou a afirmar que não iria agredir a mulher, que questionou se ele seria homem.

A mulher ainda apresentou resistência diante da Polícia e chegou a afirmar que seria parente de uma autoridade do estado, o que se configura como uma tentativa de tráfico de influência.

A suspeita foi detida e levada à Central de Flagrantes.

Crime de homofobia

Por um longo tempo, crimes de cunho homofóbico não possuíam uma repressão legal à altura de sua gravidade.

De acordo com o site G1, em junho do ano passado, o STF (Superior Tribunal de Justiça) autorizou a criminalização da homofobia e da transfobia. Os ministros consideraram que os crimes com caráter homofóbico deveriam ser enquadrados no crime de racismo. Os ministros levaram em conta os altos índices de violência praticada contra homossexuais.

Com a aprovação do STF, o Brasil se tornou 43º país a criminalizar a homofobia, de acordo com o relatório "Homofobia Patrocinada pelo Estado", elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga). Os ministros fizeram ressalvas em relação às manifestações de templos religiosos, afirmando que não seria criminalizada a liberdade de expressão religiosa que se manifesta contra o homossexualismo, desde que não incite a discriminação e o preconceito.