Um estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apresentado nesta terça-feira (7), revelou um grande avanço na história da medicina relacionado ao vírus HIV, causador da aids.

Pesquisa

O grupo apresentou a pesquisa na 23ª Conferência Internacional de Aids, o maior evento sobre a doença no mundo. Este não é o primeiro caso em que uma pessoa contaminada pelo HIV tem a eliminação da doença descrita, porém, esse é o primeiro caso em que os resultados não dependeram de um transplante de células troncos ou medula óssea.

O paciente que participou da pesquisa é um homem de 34 anos que foi infectado pelo vírus HIV no ano de 2012. Após participação na pesquisa onde se submeteu a uma terapia experimental, o homem completa mais de doze meses sem sinal da doença. O homem realizou o tratamento experimental pelo período de 48 semanas.

Inicialmente o paciente estava sendo medicado com três tipos diferentes de drogas, que tinham como objetivo suprimir o vírus. No ano de 2015 iniciou uma nova fase experimental onde doses das medicações dolutegravir e o maraviroc, e uma forma de vitamina B3 passaram a ser aplicadas no tratamento.

A proposta do estudo baseia-se em fortalecer a resposta imunológica dos pacientes, proporcionando que o próprio sistema imunológico combata o vírus.

O diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Unifesp, Ricardo Diaz, é o responsável pela coordenação do projeto.

Constatações

Embora o estudo apresente uma luz no fim do túnel e alimente a esperança da cura da Aids, de acordo com os pesquisadores, ainda é muito cedo para se discutir a cura do HIV.

Estudos ainda precisam ser realizados e existe em tese a possibilidade de recidiva da doença, onde pessoas aparentemente curadas podem ressurgir com a doença.

Outro fator relevante é que o tratamento pode responder de formas diferentes, considerando vários grupos de pessoas.

Prevenção

Na conferência realizada nesta terça-feira também foi apresentado um estudo referente à prevenção da doença. Uma medicação experimental aplicada por injeção teria apresentado efeitos melhores do que o Truvada.

Truvada é uma medicação que contém Emtricitabina e Tenofovir disoproxil, dois compostos com propriedades antirretrovirais utilizada tanto na prevenção quando no tratamento do vírus HIV.

Embora não seja uma medicação que proporcione a cura da doença, ela é capaz de reduzir a carga viral do organismo e ampliar a produção de células T no sangue melhorando o sistema imunológico do paciente, reduzindo consideravelmente o risco de mortes e infecções.

Uma medicação com efeitos superiores ao Truvada é considerado pelos pesquisadores e cientistas um grande avanço.