Em 2017, o padre Júlio Lancelotti publicou um vídeo em que dizia estar impressionado com a quantidade de seguidores que o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro tinha, apesar de sua postura homofóbica e violenta.

Bolsonaro não gostou do vídeo e entrou na Justiça alegando danos morais. Agora, o juiz Marcelo Nobre de Almeida, da 7° Vara Cível do Rio de Janeiro, deu sua sentença desfavorável ao atual presidente da República.

O magistrado entendeu que fazer críticas que não ultrapassem os limites da tolerância e do respeito, não provocam danos morais.

Dia da Mulher

Na véspera das comemorações do Dia da Mulher em 2017, o padre defendeu no vídeo o direito das mulheres e criticou o machismo e também a homofobia.

Júlio Lancelotti definiu o então deputado federal e candidato a presidente Jair Bolsonaro como uma pessoa violenta, além de homofóbico.

Ainda que os comentários de Lancelotti tenham sido incisivos e fortes, eles não demonstraram ter potencial para ofender e injuriar Bolsonaro, julgou o juiz do processo.

Júlio Lancelotti

O padre é o coordenador da Pastoral do Povo de Rua, da arquidiocese do estado de São Paulo. Ele é o responsável por ações sociais como o programa "a Gente na Rua", que assiste à população carente.

Na década de 1990, ele foi o fundador da Casa da Vida I e II, que acolhia crianças portadoras do vírus da aids.

Prêmios

Seu trabalho em defesa dos direitos humanos fez com que ele fosse laureado com vários prêmios, como o Franz de Castro Holzwarth, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por seu trabalho na defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

Polêmicas

Porém, a trajetória de Lancelotti também é feita de polêmicas. Em 2007, a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito que investigava uma denúncia de extorsão que um ex-interno da Fundação Casa estava fazendo contra o padre.

O religioso explicou na época que, o ex-interno lhe fazia ameaças falando que, se o padre não lhe desse dinheiro, ele iria fazer uma falsa denúncia acusando o padre de pedofilia.

Neste período Júlio Lancelotti afirmou que gastou mais de R$ 50 mil em pagamentos da extorsão. Pouco tempo depois, o ex-interno e outras pessoas que estavam envolvidas no golpe foram condenadas na Justiça de São Paulo.

Mamãe falei

Há pouco tempo, o padre Júlio Lancelotti afirmou que foi vítima de uma campanha de difamação realizada pelo deputado estadual e candidato à prefeitura de São Paulo Arthur do Val (Patriota), ou como é mais conhecido, Mamãe Falei.

O padre publicou um vídeo no Twitter em que relatou que estava fazendo trabalhos sociais com moradores de rua e então um motoqueiro passou e gritou xingamentos contra o religioso.

Arthur do Val é também youtuber e gravou várias críticas contra o padre em suas redes sociais. Mas, Mamãe Falei disse que não ameaçou e também não incentivou que fizessem ameaças ao padre.