Na última quarta-feira (6), incitados pela fala do presidente Donald Trump, centenas de seus apoiadores invadiram o Capitólio, sede do Congresso do país, em Washington D.C..
Dentre os apoiadores de Trump estavam supremacistas brancos, entre outros tipos de indivíduos que apoiam pautas da extrema-direita.
O saldo dessa invasão foi a morte de cinco pessoas, ameaças a políticos e jornalistas e depredação do patrimônio público.
A fala de Donald Trump que incentivou a invasão ao Capitólio foi proferida uma hora antes dos trágicos acontecimentos.
Trump fez um discurso em frente à Casa Branca e mais uma vez contestou a vitória do presidente eleito, o democrata Joe Biden.
O presidente derrotado incitou seus apoiadores a se manifestarem contra o resultado oficial das eleições e o resto é história.
Repúdio
Líderes de diversos países declararam repúdio à postura do presidente Trump e os eventos que se seguiram no dia da certificação do presidente eleito Joe Biden.
Dentre os chefes de Estado que condenaram o comportamento de Trump estavam Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, e também Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido. Johnson foi eleito com um projeto nacionalista e por diversas vezes foi comparado com o próprio Donald Trump.
Trump dos trópicos
Fiel até o fim ao presidente derrotado nas eleições presidenciais dos Estados Unidos está o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro foi o único líder do G20 que não fez uma declaração repudiando a invasão do Capitólio.
O fiel seguidor de Donald Trump ao ser perguntado sobre os acontecimentos em Washington se saiu com esta: "Você sabe que sou ligado ao Trump. Então você sabe qual é a minha resposta aqui". Em seguida o presidente do Brasil voltou a defender a teoria de que a eleição foi fraudada.
Na quinta-feira (7), Bolsonaro foi além e previu que o Brasil irá viver uma situação bem pior do que a que foi vista nos Estados Unidos caso a eleição de 2022 não seja feita por meio de cédulas de papel.
O mandatário voltou com seu batido discurso de que a eleição de 2018, da qual ele saiu vencedor, foi fraudada. Mais uma vez Bolsonaro faz a séria acusação sem apresentar nenhuma prova.
Ameaça
Especialistas ouvidos pelo jornal O Dia, do Rio de Janeiro, comentaram sobre a fala de Bolsonaro, que prevê em 2022 um cenário ainda pior do que o que aconteceu nos Estados Unidos.
Para João Feres Júnior, cientista político e professor da Uerj, o presidente brasileiro já estaria preparando o terreno para, em caso de derrota em 2022, dar um golpe.
Imitação
Michael Mohallem, pesquisador do Centro de Justiça e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que Bolsonaro emula o comportamento de seu ídolo Donald Trump. As estratégias, pautas de costumes, defesa da população se armar, ataques à China, este é o repertório trumpista que encontra eco no Governo Bolsonaro.