Atila Iamarino, biólogo e pesquisador, costuma compartilhar ensaios científicos, artigos e estudos recentes em seu perfil pessoal no Twitter. Como um estudioso na área dos vírus, o trabalho atual de Atila gira em torno da divulgação dos estudos mais recentes sobre o coronavírus e a pandemia que se alastra pelo Brasil.

Com a notícia recente de que a Rússia havia registrado a primeira vacina contra o coronavírus, a celebração tomou conta das redes sociais, uma vez que é uma notícia aguardada por todos que ainda se mantém em distanciamento social.

Atila, no entanto, tratou de colocar panos quentes sobre o assunto e pediu cautela à população.

Atila Iamarino explica motivo para cautela com vacina russa

Em uma série de tuítes em seu perfil oficial no Twitter, bem como um vídeo explicativo e bastante didático no IGTV em seu Instagram, Atila pediu por cautela aos usuários enquanto comemoravam o sucesso na "corrida pela vacina" que, até o momento, parecia ter sido "vencida" pela Rússia.

Sobre a vacina Sputnik V, lançada pelos russos, Atila salientou que resultados ainda não foram compartilhados com a comunidade científica e muito menos com a Organização Mundial da Saúde (OMS). "Não tem resultado, o tempo não bate e ela não segue boas práticas", salientou Atila, que fez questão de "frear" as celebrações.

"Não é registrada, não publicaram artigos ou testes, nem mostraram que é segura", completou Atila, que, logo em seguida, tratou de explicar os motivos para se ter cautela com o lançamento tão acelerado do medicamento, que é uma busca incansável da comunidade científica atualmente.

Vale destacar, inclusive, que a corrida pela vacina está em alta ao redor do mundo.

Segundo a OMS, a vacina de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, seria a mais adiantada de todas. Todavia, outras cinco vacinas também estariam próximas de alcançar seus resultados finais que, em caso de positivos, poderiam desencadear a vacinação em escala global.

Atila fala sobre critérios a serem feitos com vacinas

Segundo o pesquisador, na teoria, a vacina russa teria sua fase 1 encerrada em meados de junho ou julho.

Ainda de acordo com Atila, seriam necessárias as fases 2 e 3 para atestar a segurança de imunização e os respectivos (e possíveis) efeitos colaterais do medicamento.

Além disso, Atila teceu uma crítica de que não há a publicação dos resultados dos testes apresentados, o que iria de encontro às recomendações da OMS, que acompanha de perto o desenvolvimento das quase 200 vacinas em processo de desenvolvimento.

Por fim, Atila fez questão de salientar que a vacina pode, sim, funcionar, muito em virtude da metodologia e composição utilizadas. Contudo, sem testes, a avaliação mais pontual torna-se inviável no momento.