Fonte de vida e essencial para o ciclo natural e humano, o Sol passa por um período de ebulição em sua superfície. É o que se pode concluir após um monitoramento feito por cientistas acerca da atividade da estrela.
A indicação vem do surgimento de grandes manchas no Sol situadas na parte nordeste do Sol. Talvez isso não seja tão relevante, já que muitos supõem que nosso planeta esteja a milhões de quilômetros. Então, não haveria preocupação. Porém, o que chama a atenção é que as manchas originaram tempestades solares com grande força e a área onde se localizam fica bem na direção de onde a Terra está.
Dados técnicos
Essas tempestades podem ter como consequência a expansão de suas erupções, atingindo a atmosfera terrestre. Mas, antes de esclarecer como isso pode nos afetar, é bom estabelecer uma noção do tamanho e dos efeitos delas no próprio Sol.
Os cientistas monitoram o Sol, especialmente sua superfície, e não é de agora que essas manchas se movimentam. No entanto, a região onde se veem as tempestades solares é tão grande que os próprios cientistas indagam se as manchas podem alterar o padrão vibracional do Sol.
Por outro lado, há formações do mesmo gênero se multiplicando e estima-se um total de 200 mil quilômetros de diâmetro que se espalha pela superfície do Sol. Se isso é pouco, é importante que se registre: esse número equivale a 15 vezes mais em relação ao tamanho da Terra.
O portal Space Weather relata que “um vídeo de 24 horas do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa mostra sete núcleos escuros do tamanho da Terra, com mais por vir. Satélites em órbita da Terra registraram três erupções de classe M e quase uma dúzia de fulgurações de classe C desde o início do fim de semana.”
E eu com isso?
Resumidamente, as manchas de classe C não seriam tão prejudiciais para nós, habitantes do planeta azul.
As consideradas de classe M são mais fortes e podem afetar nosso cotidiano, gerando tempestades magnéticas. Os cientistas acham que a Terra pode ser atingida pelas radiações nas próximas semanas.
O monitoramento científico já contou cerca de 19 explosões solares, onde 3 delas foram classificadas como de categoria M. As outras se encaixaram como de categoria C.
A interferência desse fenômeno na vida dos seres humanos seria sentida na propagação das ondas de rádio, no sobrecarregamento das redes elétricas, no funcionamento (ou não) da internet e do sistema GPS e no campo magnético terrestre, prejudicando a migração de pássaros.
Na detecção da área das tempestades solares, os cientistas descrevem alguns anéis de plasma criados acima das manchas, elevando-se a 64 mil quilômetros a partir da superfície do Sol.
Outra constatação do mesmo fenômeno ocorre na parte sul do Sol, onde foram observadas três manchas.
Assim como a Terra tem ciclo planetário (a translação, por exemplo), o Sol possui um ciclo que dura, em média, 11 anos. Na opinião dos estudiosos, a atividade percebida em novembro demonstra que este ciclo deva acabar no ano que vem.
Mesmo que parte desse efeito não seja sentido, pois a atmosfera terrestre impede a atuação da radiação solar, há que se recordar o que aconteceu em 1989: a rede elétrica de Quebec pifou e a bolsa de valores de Toronto deixou de funcionar. Além desses fatos curiosos ocorridos nas duas cidades do Canadá, naquele mesmo ano, as auroras boreais foram vistas até o sul de Cuba.
Mundo animal
Havia uma suspeita de que as tempestades solares influenciassem o voo migratório dos pássaros. Era preciso buscar uma maneira de provar isso, isolando esta suspeita em relação a outros fatores utilizados na migração como a umidade, a velocidade do vento, a temperatura e o relevo dos continentes.
Depois de algumas décadas, é possível estabelecer que não só o clima da Terra como as erupções espaciais têm peso significativo na migração das aves.
Elas podem confundir os sinais de navegação desses animais voadores.
Em escala mundial, os participantes da pesquisa constataram uma diminuição registrada na faixa de 9% a 17% na quantidade de aves migratórias que passam pelo céu, quando os fenômenos espaciais se manifestam.