Nesta quarta-feira (23), os presidentes do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceram Juan Guaidó como legítimo presidente da Venezuela. O venezuelano é chefe da Assembleia Nacional e líder da oposição ao atual governo de Nicolás Maduro.

Donald Trump ameaçou continuar usando todo o poderio e influência econômica dos Estados Unidos para pressionar a redemocratização da Venezuela. Além disso, o presidente americano encorajou diversos países do hemisfério norte a apoiar a tomada do poder por Guidó.

O apoio também foi confirmado por parte do governo brasileiro.

À imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o país apoiará a transição com esperança de que o cenário econômico e social melhore na Venezuela. Bolsonaro também se manifestou sobre o assunto ainda em Davos, na Suíça. Segundo o presidente, o Brasil fornecerá todo o apoio político necessário para que os venezuelanos consigam derrubar Maduro do poder. Apesar dessas afirmações, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, descartou o uso de poderio militar para interferir nos conflitos do país vizinho. Segundo o general, não é o estilo do Brasil interferir na política interna de outro país.

Além de Bolsonaro e Trump, os governantes da Bolívia, Perú e do Canadá também manifestaram apoio a Guaidó.

A madrugada de conflitos na Venezuela

As madrugadas de terça (22) e quarta-feira (23) foram foram marcadas por protestos violentos nos municípios de El Valle, Catia (Caracas), Los Mercedores, El Junquito, na Venezuela. As manifestações foram repreendidas pelas Forças de Ações Especiais (Faes), da Polícia Nacional, do Comando Nacional Antiextorsão e Sequestro (Conas) e da Guarda Nacional Bolivariana.

Foram registradas pelo menos 4 mortes, entre elas de um adolescente de 16 anos, chamado Allixon Pizani, que participava de uma queima de pneus em Catia.

Uma estátua do já falecido ex-presidente Hugo Chavéz foi incendiada em San Félix e teve seu busto arrancado. A peça apareceu momentos depois pendurada em um dos postes da cidade.

Logo pela manhã desta quarta-feira (23), as ruas amanheceram calmas e contando com a mobilização dos grupos que apoiam Juan Guaidó. As convocações foram feitas pela internet e nem a chuva, já prevista, desanimou a passeata. Houve enfrentamento com a Guarda Nacional nas ligações a El Junquito e o uso de armas de fogo por parte das autoridades. O dia 23 de janeiro é uma data simbólica para o povo venezuelano, pois foi o dia da derrubada da ditadura de Pérez Jimanez, em 1958.