A cidade de Bayan Nur, localizada na região chinesa da Mongólia Interior, entrou em alerta no domingo (5), após um hospital relatar um caso suspeito de peste bubônica. O homem, um pastor de ovelhas, permanece internado sob supervisão médica e seu estado de Saúde é estável.
O comitê de saúde de Bayan Nur emitiu um alerta para proibir a caça e o consumo de animais que possam levar à contaminação pela bactéria causadora da peste, que tem roedores como seus principais hospedeiros, dentre eles a marmota, animal muito comum no país.
As autoridades pedem aos cidadãos que procurem auxílio tão logo sintam febre ou algum sintoma suspeito sem causa definida, bem como se encontrarem marmotas doentes ou mortas.
Na última semana, a cidade de Khovd, na região oeste da Mongólia, país que faz fronteira ao norte com a China, entrou em isolamento após a confirmação de dois casos da doença.
Segundo informações da agência chinesa Xinhua, dois irmãos que tiveram o teste positivo para o bacilo Yersinia pestis estão em tratamento e pessoas que tiveram algum tipo de contato com eles estão sendo monitoradas pelo Centro Nacional de Controle Zoonótico.
O homem, de 27 anos, e seu irmão, de 17, teriam comido carne de marmota no dia 28 de junho. Foram testadas 146 pessoas que podem ter entrado em contato com um dos dois infectados, tendo sido isoladas e acompanhadas em hospitais. Outros 504 indivíduos que tiveram contato secundário foram identificados.
As autoridades da região encerraram o isolamento nesta última segunda-feira (6).
Na região russa de Altai, autoridades emitiram um aviso aos cidadãos para que não cacem os roedores, cuja carne é bastante consumida. A bactéria pode ser transmitida tanto pelo consumo quanto pelas pulgas que se alimentam do sangue dos mamíferos.
Casos em 2019
Em novembro de 2019, duas outras pessoas haviam contraído a doença na Mongólia Interior e em abril do mesmo ano foram registradas duas mortes pela peste bubônica na província de Bayan Ölgii, na Mongólia. Um homem de 38 anos e sua esposa grávida de 37 faleceram e deixaram quatro crianças órfãs.
À época, pelo menos 158 pessoas que tiveram contato direto com o casal foram colocadas sob supervisão médica constante.
Entre os anos de 2009 e 2018, foram registrados 26 casos da doença na China e 11 mortes. Embora tenha alta fatalidade, matando cerca de 30% a 60% das pessoas contaminadas, a doença pode ser tratada por meio de antibióticos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que está monitorando a situação de perto, mas que não há grandes riscos de que os casos se alastrem.