Médicos na Noruega investigam as mortes de 23 pacientes idosos que foram vacinados contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer/BioNTech. Os profissionais da Saúde verificam a possibilidade de ter havido reações adversas ao imunizante e que acabou provocando a morte de alguns pacientes mais debilitados.

Efeitos colaterais em vacinas são raros e costumam ser leves, mas podem incluir náuseas e febre, o que pode levar perigo a pacientes muito doentes e fragilizados. Após as mortes, o Instituto de Saúde Pública da Noruega atualizou o guia de vacinação contra a Covid-19 com conselhos mais específicos sobre a inoculação de pacientes idosos mais frágeis ou que possuam doenças terminais.

A nova orientação determina que os médicos devem fazer uma avaliação individual de cada paciente para determinar se os benefícios da vacinação irão superar os riscos de qualquer possível efeito colateral.

Até a última quinta-feira (14), 42 mil cidadãos na Noruega receberam a primeira dose do imunizante. Como em muitas outras nações, os idosos e os moradores de casas de repouso com saúde debilitada são os primeiros na fila para receberem a vacina, porque enfrentam um risco muito mais elevado de adoecer gravemente devido ao novo coronavírus.

Noma

A Agência Norueguesa de Medicamentos (Noma) divulgou uma nota em que afirmava que se espera que aconteçam mortes na hora da vacinação. Isso porque no país há uma média de 400 pessoas que morrem semanalmente em casas de idosos e instituições de permanência mais longa.

A Noma ainda destacou que todos os falecimentos ocorrem nos primeiros dias depois da vacinação recebem uma avaliação cuidadosa e são submetidas ao registro de saúde da Noruega.

O infectologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, afirmou na última segunda-feira (18) que as mortes devem estar inseridas em um contexto com a população em que ocorreram, no caso um asilo com pessoas extremamente fragilizadas.

Fauci declarou que, em sua opinião, as mortes aconteceram depois da dose de reforço da vacina, quando existem sintomas não específicos, como febre, dores e mal-estar.

O professor de farmacoepidemiologia da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Stephen Evans, afirmou que até o momento não foram encontradas evidências de que haja quaisquer ligações entre a vacinação e as mortes desses pacientes vulneráveis.

Evans relatou ao Science Media Center do Reino Unido que quando as pessoas que estão em alto risco de morte recebem vacinas, "haverá um certo número de mortes coincidentes que ocorrerão logo após a vacinação". Órgãos reguladores em todo o planeta estão fazendo um monitoramento dessas fatalidades e são capazes de especificar o "número esperado" de falecimentos em diversos períodos de tempo, afirmou Evans.

Ainda não é certo, mas ao que tudo indica o número de mortes não apresenta um número que seja muito acima dos números que já são esperados, acrescentou Evans, segundo o qual não há motivo para ansiedade. Anthony Fauci concordou com a avaliação de Stephen Evans e afirmou que a primeira questão é determinar qual foi a taxa de mortalidade nas casas de saúde de pessoas que não receberam a vacina.

Após conseguir este número, pode-se obter o denominador verdadeiro, disse Anthony Fauci.

Pfizer

A empresa enviou um comunicado à CNN no último sábado (16) afirmando que sabia das mortes e que a empresa está apoiando em pensamento todas as famílias que perderam seus idosos. O laboratório ainda acrescentou que está colaborando com o Noma para coletar todas as informações importantes.