O julgamento do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, programado para o próximo dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, tende a chamar a atenção de todo o Brasil, inclusive, sem afastar os riscos de que possa haver algum tipo de confronto entre forças de segurança e movimentos sociais ligados ao ex-mandatário do país.

O clima tende a aumentar exponencialmente, já que um dos principais movimentos ligados à esquerda brasileira, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), já deixou claro que tentará desestabilizar o país, se Lula for condenado em segunda instância, o que minaria o "sonho" do petista de poder se candidatar à próxima disputa eleitoral para a Presidência da República neste ano, como também, aumentaria o risco de que ele possa ter até mesmo, sua prisão decretada.

MST traça estratégia para o dia do julgamento

Numa eventual condenação de Lula no Tribunal de segunda instância, ao se confirmar a sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro, no âmbito das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato, o MST, que é o movimento dos sem-terra, pretende já no próximo dia 13, por meio da realização de uma reunião entre seus dirigentes, traçar planos para a realização de atos em várias cidades do Brasil, além de não descartar o trancamento de rodovias federais, além de outras formas de manifestação, como vigílias em órgãos do Poder Judiciário. Além de movimentos sociais ligados ao PT, espera-se também a presença de algumas centrais sindicais em apoio ao petista.

Entretanto, após a recusa por parte do ministro da Defesa, Raul Jungmann, em disponibilizar tropas do Exército brasileiro para que visem a manutenção da lei e da ordem pública, conforme solicitação feita pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), para que fosse empregado o uso das Forças Armadas, sabe-se que as forças militares poderão ser empregadas, se caso vier a ocorrer perda de controle, o que não é o caso, de acordo com o que pensa o ministro da Defesa, em alusão à prontidão do Exército, somente em caso de extrema necessidade.

O ministro da Defesa foi ainda mais longe, ao considerar que a Polícia Militar de Porto Alegre é muito bem preparada e também equipada e sabe como agir em casos de distúrbio.

Vale ressaltar que Lula foi condenado em primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, a mais de nove anos e seis meses de prisão em regime fechado, além do pagamento de multas, em se tratando da prática de crimes de lavagem de dinheiro e Corrupção passiva. O julgamento do petista pode ter um desfecho na Corte de Apelação, cuja análise da decisão de Moro será feita por três desembargadores federais, no TRF4, que é o Tribunal de segunda instância.