Um dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro, o senador pelo estado do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, pode se complicar perante a Justiça. A Procuradoria-Geral da República recebeu um inquérito da Polícia Federal que investiga supostos crimes eleitorais por parte do senador.

Falsificação de documentos para fins eleitorais

De acordo com as informações contidas no inquérito, o senador Flávio Bolsonaro teria supostamente falsificado documentos de caráter público para fins eleitorais. O caso havia sido revelado pelo jornal O Globo e confirmado pelo jornal O Estado de S.

Paulo.

Entretanto, já na manhã desta quarta-feira (06), o filho do presidente afirmou que o principal objetivo da denúncia apresentada, e que teria levado à abertura de um inquérito, seria provocar "desgaste político" em relação ao Governo Bolsonaro. A denúncia afirma que Flávio teria declarado imóveis por meio de compras através de "negociações relâmpagos", conforme informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os valores seriam supostamente abaixo do valor real das propriedades.

Ainda de acordo com o inquérito, as negociações teriam acarretado um aumento patrimonial do senador. Naquela ocasião, o prazo designado pela Procuradoria-Geral da República era de sessenta dias para a concretização do cumprimento das medidas de caráter investigativo.

Ao receber o inquérito, a PGR, por meio da procuradora e chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, deverá fazer uma análise minuciosa se o caso deve permanecer no Ministério Público do Rio de Janeiro ou se deverá ser direcionado para que passe a tramitar juntamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há ainda a expectativa de que seja aplicada a nova interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo essa nova interpretação, o foro privilegiado seria restrito apenas a crimes que tenham sido cometidos durante o mandato parlamentar. Se prevalecer esse entendimento, a tendência é que o inquérito seja remetido à primeira instância da Justiça Federal. Vale salientar que todas as investigações relacionadas ao caso têm a ver com as transações imobiliárias do senador Flávio Bolsonaro.

De acordo com uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo veiculada em janeiro do ano passado, Flávio teria realizado 19 operações envolvendo a aquisição de imóveis em áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro, como a zona sul da cidade e a região da Barra da Tijuca.