Um dos desembargadores federais que compõe o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Néviton Guedes, concedeu um mandado de segurança com o intuito de suspender a realização de perícias e também de investigações, a partir de materiais que haviam sido apreendidos em escritórios e também em estabelecimentos comerciais relativos ao advogado de Adélio Bispo de Oliveira, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Vale ressaltar que Adélio é o homem que esfaqueou o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quando o mesmo disputava o Palácio do Planalto, no ano passado.

Naquela ocasião, o mandatário brasileiro chegou a ficar internado, primeiramente na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, cidade onde ocorreu o atentado, e posteriormente no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Suspensão das investigações e paralisação do processo

Com a suspensão e interrupção das investigações dirigidas ao advogado de Adélio, a Polícia Federal não poderá fazer a utilização no inquérito de investigação de alguns dados que haviam sido extraídos de um aparelho celular do advogado. Vale lembrar que o material se encontrava sob análise de agentes lotados na Superintendência da Polícia Federal de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Se prosseguissem as investigações, mesmo com a suspensão, haveria o risco de que fossem anuladas judicialmente.

Entretanto, na última semana, os agentes da Polícia Federal se debruçavam numa análise minuciosa sobre todo o conteúdo que estava armazenado por meio de nuvem no telefone celular de Zanone. Os agentes tentavam fazer a identificação de quem teria bancado a defesa de Adélio Bispo de Oliveira.

Conforme veiculado pela revista Época, a Polícia Federal suspeita que uma facção criminosa possa ter feito o apadrinhamento de Adélio Bispo, para que o mesmo cometesse o atentado contra o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo as investigações, a facção enxergaria o atentado à vida do mandatário brasileiro como um ato heroico e assim teria bancado a defesa do criminoso.

Entretanto, um dia após a tentativa de assassinato contra o então candidato Bolsonaro, Adélio chegou a ser aplaudido por outros presos assim que foi conduzido ao presídio de segurança máxima, na cidade mineira de Juiz de Fora.

Em seguida, o agressor chegou a ser assistido por dois advogados, entre os quais Zanone, cuja cartela de clientes inclui membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais.

De acordo com a decisão de suspensão do processo contra o advogado de Adélio, o desembargador Néviton sustenta que seja interrompida a "busca e apreensão de livro-caixa, recibos e comprovantes de pagamentos de honorários". O desembargador esclarece ainda que seja suspensa a análise do telefone celular do advogado representado na ação.