O presidente Jair Messias Bolsonaro concedeu uma entrevista de duas horas à revista Veja, na qual deu algumas declarações a respeito de sua vida como presidente.
Durante a entrevista, que foi publicada na manhã desta sexta-feira (31), o presidente disse que tem sofrido "sabotagens" em seu Governo e fez críticas a uma suposta influência da esquerda em ministérios como o da Educação e o da Defesa. Segundo o presidente, o Ministério da Defesa "estava aparelhado por civis". Há uma "luta de poder", definiu Bolsonaro.
O presidente disse ainda que no Ministério da Defesa havia "uma mulher em cargo de comando que era esposa do 02 do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]".
Ele citou ainda que havia uma ex-deputada do Partido dos Trabalhadores que também tinha cargo no ministério. Em seguida, Bolsonaro afirmou que no Ministério da Educação há um aparelhamento ainda mais forte da esquerda.
O presidente garantiu que não é contra abordar a importância de Che Guevara nas escolas e instituições, mas ressaltou que também era necessário falar sobre o coronel Brilhante Ustra, que é apontado pela Comissão da Verdade como torturador durante o período de Ditadura Militar.
Bolsonaro reconheceu alguns erros cometidos em seu governo durante a entrevista. Ele citou que errou em ter colocado Ricardo Vélez como ministro da Educação.
Bolsonaro diz que sente 'pressão muito grande'
O presidente Jair Bolsonaro disse durante a entrevista que sentia uma grande pressão em ser presidente.
Ele afirmou ainda que já chorou muito por conta disso. "Já passei noites sem dormir, já chorei pra caramba também. Angústia, né? Tá faltando o mínimo de patriotismo para algumas pessoas que decidem o futuro do Brasil.”
Bolsonaro afirmou ainda sentir "uma pressão muito grande" em meioa às acusações de não ter governabilidade.
O presidente afirmou que não imaginava que seria tão difícil governar o Brasil e comparou sua cadeira à criptonita para o Super-Homem.
Apesar da dificuldade relatada por Bolsonaro, ele disse que considera o fato de ser presidente como uma missão.
Bolsonaro fala sobre relação com o filho Carlos
Durante a entrevista, Bolsonaro falou sobre sua relação com o filho Carlos. Jair afirmou que ele era importante na divulgação de tudo que é realizado em seu governo, mas disse que de vez em quando há atritos entre eles pelo fato de seu filho ser "impetuoso".
A entrevista dada pelo presidente à revista Veja sofreu um atraso de 15 minutos devido ao presidente ter ido prestigiar o humorista Carlos Alberto da Nóbrega, sem avisar os assessores, em uma sessão de homenagem solene na Câmara dos Deputados. O presidente disse ser fã do ator e foi a pé do Palácio do Planalto até o plenário para comemorar os 60 anos de carreira do humorista.