Após os cortes que foram anunciados recentemente na área da educação, alguns partidos que se opõem ao Governo Bolsonaro se reuniram nesta quarta-feira (8) em Brasília a fim de elaborar planos de unificação da esquerda e mobilizações sociais.

Participaram da reunião as principais lideranças de partidos opositores a Bolsonaro, como Gleisi Hoffmann (PT), Luciana Santos (PCdoB), Juliano Medeiros (PSOL), Carlos Siqueira (PSB), além de partidos menores. O PDT, partido do terceiro colocado para presidente em 2018, Ciro Gomes, pela primeira vez não enviou nenhum representante à reunião.

Segundo o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo da oposição é unir a esquerda a fim de “articular um trabalho político conjunto”. Além disso, a oposição objetiva proporcionar a garantia de uma paralisação apoiando os professores no próximo dia 15 deste mês, e impulsionar uma greve geral contra a reforma da previdência, no dia 14 de junho. Com o intuito de atingir esses objetivos, as lideranças pretendem procurar os diretores da Conferência Nacional do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), bem como professores, reitores, prefeitos e estudantes que podem ser prejudicados com os cortes da educação.

Os cortes anunciados têm sido um dos assuntos mais discutidos em várias esferas da sociedade brasileira, e têm recebido diversas críticas.

Diante das insatisfações das camadas mais afetadas, como os estudantes, reitores e professores, a oposição pretende mobilizar todas essas camadas para fazerem mobilizações de rua.

Boulos faz discurso na USP

Segundo Guilherme Boulos (PSOL), também em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, candidato que disputou as eleições para presidente no ano passado, há grande chances de acontecer uma grande mobilização protagonizada por estudantes do Brasil contra Bolsonaro.

Após ver manifestações de alunos no Rio de Janeiro e também na Bahia, Boulos afirmou que isto pode ser o inicio de “uma onda nacional contra Bolsonaro”.

Boulos afirmou ainda que para ir de encontro ao governo Bolsonaro é necessário que os manifestantes não sejam dóceis, nem comportados, pois o governo Bolsonaro é, segundo ele, “selvagem”.

“O maior desafio que nós temos neste momento é o da mobilização social. Nós temos um governo selvagem”, disparou Boulos.

O ex-candidato à presidência também criticou a postura de pessoas que não vão ás ruas, que manifestam apenas por meio de hashtag na internet. Para ele, o importante é combater o governo por meio da mobilização de rua. Este discurso foi proferido por Boulos nesta quarta-feira (8), em uma das maiores universidades do país: a Universidade de São Paulo (USP). Cerca de dois mil estudantes acompanharam o discurso de Boulos.