O partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL (Partido Social Liberal), resolveu não apoiar (pelo menos não institucionalmente) as manifestações pró-Governo que estão marcadas para ocorrer neste domingo (26). De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão teria ocorrido para tentar evitar não só conflitos com outros partidos, como também a associação a outras bandeiras, como, por exemplo, a da intervenção militar, dada a amplitude das pautas no ato.
A informação que se tem é que o partido tomou a decisão sem a presença de alguns do principais integrantes da sigla que eram contrários à manifestação.
Estima-se que dois dos filhos de Bolsonaro que cumprem mandato também não participaram da reunião onde a decisão foi tomada.
Apesar disso, o PSL, oficial e institucionalmente, resolveu liberar a bancada para ir aos atos, se assim o desejarem. O Estado de S.Paulo afirmou também que o próprio presidente Bolsonaro pediu que sua equipe de ministros não compareça ao evento no domingo. Segundo algumas fontes, Bolsonaro não deve participar das manifestações pró-governo.
A preocupação do presidente do PSL com os atos
O presidente nacional do PSL, o deputado pernambucano Luciano Bivar, por sua vez, demonstrou preocupação pela espontaneidade do evento. "Como você pode controlar isso?", indagou.
Segundo as declarações de Bivar à imprensa, o que ficou claro é que o tom da preocupação dele com o evento se deu por conta das manifestações não serem controladas, segundo ele, nem pelo governo e nem pelo partido.
A preocupação dele também fica por conta de que as pautas ali apresentadas no dia da manifestação não sejam, eventualmente, as mesmas defendidas por Jair Bolsonaro, neste caso, as pautas do governo. Embora possa ter havido desconfiança notória, o presidente do partido de Bolsonaro atestou respeito à manifestação por ela ser popular.
Major Olímpio, Bivar e as manifestações do dia 26
Não obstante, o líder do Partido Social Liberal (PSL) no Senado Federal, Major Olímpio, também retrucou. Ele atestou não querer certas manifestações, como, por exemplo: pedir para fechar o Congresso, pedir a Garantia da Lei e da Ordem ou mesmo que se intervenha militarmente. "[...] não concordo com isso", ressaltou.
Em contrapartida, Luciano Bivar afirma não ver sentido nas manifestações, o que não descarta que ele participe de algum dos atos no evento. Bivar teme que as manifestações acabem se tornando partidárias e que isto acabe com a boa relação do PSL com os outros partidos. O presidente do partido afirma recear que o PSL seja visto como uma bancada contra o Parlamento em geral. Um tanto divididos, os grupos de direita vêm se organizando para adaptar o discurso pró-governo, excluindo, ao que se sabe, motes mais radicais.