Em entrevista ao programa "Central GloboNews", o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fez críticas ao governo Bolsonaro. A entrevista foi realizada nesta última quarta-feira (5) e o presidente do Senado chegou a afirmar que diariamente o Governo Bolsonaro comete trapalhadas na coordenação política: "O governo [Bolsonaro] comete, todos os dias, algum tipo de trapalhada na coordenação política, na gestão e na relação política”, disse Alcolumbre.

O presidente do Senado afirmou ainda que havia muito desencontro no governo e concordou com a afirmação dita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o governo não tem agenda para o Brasil.

Ele afirmou que se o Executivo não possuir agenda, que o Congresso elaborará uma, pois não irão ficar esperando a atitude de Bolsonaro de criar uma.

Segundo o presidente do Senado, se a reforma da Previdência for aprovada, será graças ao apoio dos parlamentares, e não por mérito do governo Bolsonaro.

O presidente do Senado também fez críticas aos simpatizantes de Bolsonaro que, segundo ele, têm feito ataques à classe política nas redes sociais.

Para Alcolumbre, estas pessoas "estão criminalizando a política e agredindo a democracia". Ele disse ainda que Bolsonaro deveria interferir e tentar apaziguar seus seguidores que agridem a política nas redes sociais.

Alcolumbre criticou ainda a forma de governar de Bolsonaro. "Esse modelo que o presidente [Bolsonaro] implantou de não se aproximar da política não está dando certo", disse. "A gente precisa que o governo faça gestos ao parlamento. O parlamento está fazendo gestos todos os dias", completou.

Alcolumbre critica flexibilização de porte de armas

O presidente do Senado criticou ainda o decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza o porte de armas. Alcolumbre ressaltou que, segundo um parecer técnico do Senado, os limites dos poderes do Executivo federal foram extrapolados pelo decreto assinado por Bolsonaro.

Ele citou também uma pesquisa Ibope divulgada na última segunda-feira (3) que mostrava que a maioria da população brasileira não concordava com a flexibilização do porte de amas de fogo.

Alcolumbre afirmou que acredita que essa flexibilização não irá resolver os problemas de segurança pública do país, pois, segundo ele, o Brasil enfrenta um momento de fragilidade social.