Nesta quarta-feira (26) foi realizada pelos ministros do Supremo tribunal Federal (STF), a lista tríplice, na qual contém as indicações de nomes para ocupar uma vaga no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Dentre os nomes mais votados encontra-se o da advogada Daniela Teixeira, que obteve dez votos dos 11 ministros que compõem o STF.

Após enviar a lista feita pelos ministros do STF, Bolsonaro é quem escolherá dentre as indicações qual nome ocupará a vaga no TSE. Além da advogada Daniela, participam também da lista, os advogados Carlos Velloso Filho, que teve oito votos dos 11 ministros, ele foi o terceiro mais votado e Marçal Filho que obteve nove votos, ficando em segundo lugar na preferência do STF.

De acordo com a Constituição Federal, cabe ao presidente escolher dentre os três advogados indicados. Apesar do STF mostrar preferência pela advogada Daniela, ainda não se sabe qual será a decisão de Bolsonaro.

Advogada bateu-boca com Bolsonaro em 2016

A advogada Daniela já teve um passado conturbado com o presidente da República, Jair Bolsonaro, em setembro de 2016. Na época, eles protagonizaram um bate-boca durante uma audiência na Câmara.

O assunto discutido durante a audiência era sobre a cultura do estupro, e Daniela Teixeira, que estava representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), havia dito que os agressores deveriam ser punidos, pois, caso contrário, a violência nunca iria diminuir.

Ela acrescentou em sua fala que a punição deveria ser feita independentemente de quem fosse o agressor, e falou que havia um deputado que era réu em uma ação movida no STF.

Em 2016, Bolsonaro, que era deputado federal acabou entrando em um bate-boca com a advogada ao rebater a fala dela. Ele havia retirado os microfones, e gritou pedindo para que ela dissesse quem seria o deputado citado por ela em sua fala.

Em reposta à indagação de Bolsonaro, Daniela Teixeira admitiu que estava falando dele. “É o senhor, Jair Bolsonaro, réu no inquérito já admitido pelo STF”, rebateu a advogada.

O fato de Bolsonaro ter se tornado presidente acabou suspendendo duas ações penais que havia contra ele, pois, de acordo com a Constituição, o presidente da República não pode responder por ações ocorridas antes de ter sido eleito.

Após a advogada Daniela ter citado as ações movidas contra Bolsonaro, o clima ficou tenso na Câmara e ele foi até Maria do Rosário (PT-RS), que estava responsável por comandar a sessão, a fim de pedir um direito de rebater a fala de Daniela. Entretanto, Maria do Rosário pediu para chamar os seguranças.

Durante o tumulto, Maria do Rosário acabou suspendendo por alguns minutos a audiência, devido aos gritos provocados pelo bate-boca, e, em seguida, concedeu a Bolsonaro o direito de resposta à fala da advogada. Em seu discurso, ele classificou a audiência como um “desserviço à mulher vítima de violência”.