Em abril, o jornal Folha de S.Paulo reuniu um grupo de pessoas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para dialogar e debater sobre o início do Governo. Após o término desse bate-papo eles ficariam de se comunicar assim que houvesse algum evento importante dentro do governo. E aconteceu um fato muito importante no momento, que foi a aprovação da reforma da Previdência. Sendo assim, a Folha procurou as pessoas que fizeram parte da conversa em abril para saber qual seria a opinião de cada um sobre quais efeitos positivos ou negativos causariam essa aprovação e a relação entre Bolsonaro e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo a Folha, em uma conversa através do WatsApp, os apoiadores de Bolsonaro sinalizaram com um tom negativo contra Maia, apesar da aprovação da reforma da previdência. O que parece é que os atritos podem aumentar entre eles. A assessora parlamentar, Stefanny Papaiano, membra do grupo Direita SP, disse à Folha que o choro de Maia no momento em que era divulgado o resultado pode ter sido de alívio e que seu discurso foi com o intuito de ofuscar todas manobras que fez para tentar enfraquecer a reforma do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Papaiano, Maia quis ganhar o mérito da aprovação da reforma sem merecimento.

Os desentendimentos entre Bolsonaro e Maia já vem desde o começo do mandato do presidente.

Supostamente, Maia acredita que, o que levou à aprovação foram as articulações e os esforços do Legislativo. Agora, com a reforma aprovada, vem a disputa para saber quem realmente promoveu sua aprovação, e quem obterá o crédito que será usado nas próximas eleições em 2022.

Na opinião do estudante Matheus Galdino, Maia só cumpriu a sua função, que era pautar o projeto, mas quem articulou foi o governo Bolsonaro.

O estudante duvidou se o presidente da Câmara teria chances de disputar o Planalto na próxima eleição, ao que Papaiano ironizou: "o Botafogo da Odebrecht tem a empatia de uma couve", referindo-se ao codinome de Maia nas planilhas da empreiteira.

Segundo os apoiadores de Bolsonaro entrevistados pela Folha, as manifestações a favor da aprovação da reforma tiveram mais importância do que as articulações do presidente da Câmara.

Para o estudante Jonas Buccini, a pressão popular mostrando que Bolsonaro ainda tinha respaldo político para continuar governando o país ajudou na aprovação. Segundo ele, todo mérito foi do povo que foi às ruas manifestar a favor da aprovação da Previdência, do Presidente da República, Jair Bolsonaro, e da equipe econômica do governo.

Bolsonaro comemora aprovação da reforma

Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro comemorou a aprovação da Previdência na Câmara, que teve 379 votos a favor e 131 contra. No Twitter, Bolsonaro parabenizou Maia e escreveu uma publicação dizendo que o Brasil estar voltando para os trilhos do emprego e prosperidade. No Instagram, Bolsonaro publicou uma foto com o ministro, Paulo Guedes e escreveu na legenda: "grande dia".