Na madrugada desta segunda-feira (1°), foi organizado protesto na Câmara dos Deputados por agentes da Polícia Civil e Polícia Federal contra a reforma da Previdência. Os agentes de segurança chamavam o presidente Bolsonaro de “traidor”.

Um grupo de parlamentares do PSL, partido do presidente da república Jair Bolsonaro, ocupou o salão verde da Câmara e protestou contra a não-inclusão do abrandamento das regras para aposentadoria de policiais civis e federais no relatório da Previdência.

Sentados no chão do salão verde da Câmara dos Deputados, parlamentares e policiais gritavam “Bolsonaro Traidor”.

O vídeo que mostra a cena foi rapidamente divulgado nas redes sociais.

Os protestos foram de iniciativa da bancada de segurança (mais conhecida com a bancada da bala). Estes parlamentares do PSL podem deixar a votação, caso as reivindicações não sejam atendidas.

Diante deste impasse, o PSL avalia a possibilidade de liberar o voto da bancada no plenário da Câmara, caso um acordo são seja viabilizado. De acordo com a coluna Mônica Bergano, da Folha de S.Paulo, dos 52 deputados do PSL, 22 deles podem votar contra a reforma da Previdência.

Comissão da reforma da Previdência

Comissão da reforma da Previdência marcou para esta quarta-feira (3) sessão com coordenadores de bancadas para definir os próximos passos da tramitação da proposta da reforma da Previdência.

A partir desta decisão, poderá ser também decidido o calendário de votações da proposta.

De acordo com o presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PL-AM), caso haja acordo, a sessão de votação do texto pode ocorrer nesta quarta.

Marcelo Ramos declarou que não há como votar sem ter a segurança da garantia de votos para a aprovação da matéria.

Enquanto os partidos tiverem questionamentos, não haverá votação, pois, ele considera que é preciso ter segurança e responsabilidade com o futuro do país.

Moro na Câmara

A semana começou agitada para o Governo. Além da manifestação organizada pelos parlamentares do partido do presidente contra a reforma, houve também a sabatina na Câmara dos Deputados com o ministro da Justiça Sergio Moro a respeito das conversas que foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil, no período em que o ministro atuava como juiz federal e integrava a força-tarefa da Lava Jato.

O ex-juiz afirmou que as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil podem ser autênticas, mas ressaltou que “palavras podem ser inseridas” e que o conteúdo obtido pelo site pode ter sido “parcial ou totalmente adulterado”.

A audiência encerrou após o questionamento do deputado Glauber Rocha (PSOL-RJ), quando Moro deixou a sessão aos gritos de "fujão" dos parlamentares.