Nesta terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) respondeu aos questionamentos acerca da ajuda internacional anunciada na segunda-feira (26) pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
O valor anunciado pelo presidente da França corresponde a cerca de R$ 91 milhões e foi aprovado pelos países que compõem o G7, com o intuito de ajudar no combate às queimadas da Amazônia.
Segundo o portal G1, Bolsonaro disse que em momento algum havia dito que negaria a ajuda do G7, entretanto, ele estabeleceu condições para que possa avaliar a proposta feita, pois, segundo ele, Macron o insultou chamando-o de "mentiroso" e ofendeu a população brasileira ao comentar a respeito da definição de um "status internacional da Amazônia".
"Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me chamou de mentiroso. E depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazônia", disse Bolsonaro. "Para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar", completou.
Bolsonaro rebate post de Macron sobre Amazônia
Bolsonaro e Macron têm trocado algumas declarações polêmicas publicamente e nas redes sociais, e o clima entre eles não tem sido dos melhores. Após o presidente francês ter publicado um post acerca da situação da Amazônia, Bolsonaro não viu com “bons olhos” e rebateu.
Na publicação, Macron havia compartilhado uma foto antiga, de um fotografo que havia morrido em 2003, nos EUA, e Bolsonaro aproveitou para criticar a atitude dele. Além da foto, Macron pediu urgência ao G7 para que se reunisse para debater a respeito da situação crítica da Amazônia e chamou de crise internacional: "nossa casa queima.
Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional".
Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest - the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen - is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let's discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) 22 de agosto de 2019
Em contrapartida, Bolsonaro disse que Macron tinha "mentalidade colonialista" e criticou o "tom sensacionalist" utilizado por ele: "lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países p/ ganhos políticos pessoais".
- Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 22 de agosto de 2019
Bolsonaro comenta post sobre esposa de Macron
A tensão entre Bolsonaro e o líder francês aumentou ainda mais após Bolsonaro ter comentado uma publicação feita por um seguidor seu, no Facebook, acerca da mulher de Macron. Na publicação, o seguidor fez uma montagem na qual comparava as fotos da esposa de Macron com a de Michelle Bolsonaro, e na legenda escreveu que aquilo justificava o fato do presidente francês está "perseguindo" Bolsonaro: "agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?.
Em resposta à montagem, o presidente brasileiro escreveu: "não humilha cara. Kkkkkkk".
Segundo o G1, ao ser questionado a respeito dessa situação, Bolsonaro se irritou e respondeu que havia comentado pedindo para que o seguidor não falasse "besteira". "[No] meu comentário eu falava para não insistir neste tipo de postagem", disse. Em relação aos "kkkkkk", Bolsonaro encerrou a conversa com jornalistas e não respondeu: "tchau para vocês. ... Realmente, vocês não merecem a consideração".