De acordo com o jornalista Gerson Camarotti, colunista do portal G1 e da GloboNews, o pensamento alinhado às ideias do presidente Jair Bolsonaro pesou na indicação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República.

Segundo o colunista, Augusto Aras foi "sabatinado" durante conversas reservadas com o presidente Bolsonaro. Camarotti afirma ainda que o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), amigo de Bolsonaro quando os dois eram deputados da Câmara dos Deputados, foi um grande cabo eleitoral de Aras.

Aras tem um perfil conservador e católico,

Recentemente, Bolsonaro chegou a declarar que procurava alguém que não fosse “xiita ambiental” para ficar no comando da Procuradoria Geral da República (PGR).

Assim como a questão ambiental, favoreceu também para indicação as ideias de Aras em relação às medidas tomadas pelo Governo que busca destravar grandes obras de infraestrutura no país.

Após a indicação de Bolsonaro, Aras será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e seu nome passará por votação no plenário da Casa.

Aprovação de Aras e sabatina no Senado

Segundo a presidente da CCJ, a senadora Simone Tebet, a aprovação de Aras em sabatina será tranquila. Ela afirmou para a jornalista Andréia Sadi, do G1, que ele não terá dificuldades, pois "é ponderado, equilibrado" e "tem trânsito com vários campos para conversar e debater".

O procurador já está em campanha e pretende visitar os gabinetes dos 81 senadores.

Caso seja aprovado, Augusto Aras entra no comando da Procuradoria Geral da República (PGR). Ele substituirá Raquel Dodge, que termina o mandato no próximo dia 17.

Resistência

Em relação ao mérito da indicação de Augusto Aras, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionou o fato de Bolsonaro ter indicado um nome que não estava na lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

O senador Paulo Paim (PT-RS) também esperava que a lista fosse respeitada.

De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o procurador pode enfrentar dificuldades para assumir a cadeira da PGR. Para ele, o nome de Aras surgiu em um prazo muito apertado, pois, o mandato de Raquel Dodge termina em 12 dias. Outro entrave para aprovação será porque o Senado quer votar nos próximos dias a reforma da Previdência.

A aprovação pode acontecer após o término do mandato de Raquel Dodge. Até o momento, o presidente do Senado não foi notificado acerca da indicação de Augusto Aras, para poder dar início à tramitação.