O casal de ex-governadores do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (sem legenda atualmente) e Rosinha Matheus (Patriota) foi preso na manhã desta terça-feira (3). Além do casal, outras três pessoas são suspeitas de participação em um esquema de superfaturamento milionário.
O esquema envolvia contratos celebrados entre a prefeitura da cidade de Campos dos Goytacazes e a empreiteira Odebrecht. De acordo com delações realizadas junto à força-tarefa da Lava Jato, os prejuízos aos cofres públicos podem ultrapassar os R$ 60 milhões.
De acordo com informações obtidas, até as 8h50, a operação deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriu quatro dos cinco mandados de prisão.
Presos novamente
As prisões do casal Garotinho fazem parte da Operação Secretum Domus. Tanto Anthony como Rosinha foram presosem casa, no bairro do Flamengo, zona sul carioca.
Ambos foram levados até a zona norte, na Cidade da Polícia, onde chegaram por volta das 7h30. Segundo informações concedidas pelos responsáveis da operação, o casal deve passar por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), além da triagem do sistema carcerário, localizado em Benfica.
O casal já tem um histórico recente de prisões. O ex-governador Anthony Garotinho já foi preso pela quarta vez, enquanto Rosinha é presa pela segunda vez. Os mandados foram emitidos 2ª Vara Criminal da Comarca de Campos dos Goytacazes, na região norte Fluminense.
A denúncia do MP
De acordo com a denúncia do MP Fluminense, a Prefeitura de Campos dos Goytacazes e a empreiteira Odebrecht são suspeitas de um esquema que envolve o superfaturamento milionário na construção de mais de 10 mil casas populares.
A denúncia ainda destaca que os programas Morar Feliz I e II seriam os principais alvos, e foram tocados justamente durante os dois mandatos de Rosinha Matheus enquanto prefeita da cidade, durante os anos de 2009 até 2016, e sequer acabaram concluídos.
Além do destaque para o envolvimento dos programas Morar Feliz, a denúncia envolve as cláusulas restritivas nos editais de licitação que corroboram para uma maior facilidade da Odebrecht em vencer os certames, e assim conseguir a licitação das obras.
No acordo de colaboração da força-tarefa da Lava Jato, Leandro Andrade Azevedo e Benedcto Barbosa da Silva Junior comentaram de forma mais detalhada o funcionamento do sistema de facilitação para a conquista da licitação.
De acordo com as delações ouvidas, o MP constatou um superfaturamento que alcança a casa dos R$ 60 milhões (com o Morar Feliz I atingindo os R$ 29 milhões e o Morar Feliz II alcançando os R$ 33 milhões).