O site Consultor Jurídico divulgou nesta sexta-feira (15) que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta intervenção nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.

O caso de obstrução de Justiça terá como relator o ministro Alexandre de Moraes. A ação foi ajuizada depois que Jair Bolsonaro declarou ter pegado a gravação na portaria do condomínio onde ele possui uma casa no Rio de Janeiro.

Ele alegou que era para certificar que não autorizou entrada de um dos suspeitos de ter cometido o crime no qual ocasionou a morte da vereadora e seu motorista, e nega que tenha adulterado o material.

O "Jornal Nacional", da TV Globo, exibiu uma reportagem na qual exibiu as gravações do porteiro do condomínio onde o presidente possui residência no Rio de Janeiro. De acordo com a reportagem o ex-PM Élcio de Queiroz, um dos acusados de participação no assassinato de Marielle Franco, esteve no condomínio no dia 14 de março de 2018, no dia em que ocorreu a execução.

No dia do crime, Élcio foi visitar Ronnie Lessa policial reformado acusado de ser o atirador que naquela noite disparou contra o carro onde estava Marielle, o motorista Anderson Gomes e a assessora de imprensa da parlamentar.

Porteiro do Condomínio de Bolsonaro

Durante o depoimento na Polícia Civil, o porteiro relatou que Élcio teria comunicado que iria à casa de Bolsonaro, porém, depois ele foi para casa do ex-deputado federal que estava na ocasião, na Câmara dos Deputados.

ABI afirmou na notícia-crime que Jair Bolsonaro e o filho Carlos Bolsonaro acessaram o material de forma inapropriada, cujo material faz parte de uma investigação criminal sigilosa e que está em andamento.

Conforme a ABI informou é preciso verificar e apreender o material para realização de perícia para certificar que o material não sofreu nenhum tipo de alterações nas provas.

O Partido dos Trabalhadores (PT) também entrou com o mesmo tipo de ação contra o presidente Jair Bolsonaro, solicitando que seja verificado também a conduta das promotoras de justiça do Rio de Janeiro, que trataram de apressar e desqualificar as provas para afastar a investigação do presidente e seu filho enquanto eles pegaram as gravações de forma ilegal.

Bolsonaro diz que fica chateado com citações no caso Marielle

Nesta sexta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro declarou que fica chateado com essas notícias que vinculam a sua família ao crime que matou a vereadora Marielle Franco. Em relação ao caso há também um possível mandado de apreensão na casa do seu filho Carlos Bolsonaro.

Para Bolsonaro, não conseguiram nada contra ele, e agora vão para cima de seu filho, para tentar de qualquer forma associar sua família ao assassinato da vereadora do PSOL.